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Juros portugueses voltam a intensificar queda

Retornos exigidos pelos investidores para negociar títulos de dívida nacionais caem, recuando dos máximos desde a fundação do euro registados no início da semana.

02 de Fevereiro de 2012 às 12:48
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As taxas de juro implícitas da dívida portuguesa acentuaram a tendência de queda no mercado secundário – o mercado onde os investidores negoceiam títulos de dívida.

Portugal foi ontem ao mercado primário – onde os Estados colocam directamente os seus títulos – e foi bem sucedido, ao baixar as taxas de juro e ao conseguir emitir toda a dívida prevista. O que, apesar de ser uma emissão de curto prazo, trouxe algum optimismo para os investidores, depois das fortes subidas do início da semana. Além disso, têm surgido vozes a desmentir que Portugal se siga à Grécia na necessidade de receber um novo pacote de ajuda externa.

É nesse sentido que as rendibilidades (“yields”) pedidas pelos investidores estão a desvalorizar, depois de terem escalado fortemente para máximos desde a criação do euro. A queda é forte mas não compensou ainda as anteriores subidas.

Contudo, hoje, as taxas de juro implícitas na dívida a dois anos descem 66,7 pontos base para se fixarem em 18,1%, mas estiveram já nos 19,7%.

Nos restantes prazos, as quedas são igualmente expressivas, acima de 40 pontos base nas maturidades a três e quatro anos. A cinco anos, a “yield” segue nos 19,4%, enquanto que, a dez anos, há um recuo para 15,1%. De acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, há subidas marginais nas maturidades a seis e 15 anos.

Em França, as “yields” pedidas pelos investidores seguem a perder cinco pontos base, depois de o país ter ido ao mercado primário emitir dívida a longo prazo, colocando quase todo o montante pretendido.

Já no caso espanhol, em que também houve uma emissão de dívida no mercado primário com rendibilidades implícitas mais baixas do que em leilões anteriores, as taxas de juro implícitas estão a reagir em alta, subindo cinco pontos base.

CDS portugueses lideram quedas

Portugal está, igualmente, a registar uma forte descida no mercado de “credit-default swaps” (CDS), um instrumento que, na prática, serve como seguro para um incumprimento da dívida que está a cobrir.

No caso português, os CDS têm estado em máximos desde a fundação do euro - o que indica os receios de que haja um incumprimento da dívida -, mas seguem hoje a liderar os deslizes entre os principais países do mundo ocidental. Pelo contrário, os “credit-default swaps” de Itália e de Espanha seguem em alta.

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