Notícia
Juros portugueses caem mais de 40 pontos base a dois anos
Os investidores continuam a reduzir as rendibilidades pedidas para negociar títulos de dívida nacional. As taxas de juro implícitas às obrigações a cinco e dez anos já caíram para níveis que não eram verificados desde o último corte de "rating". A descida nos juros lusos contraria os ganhos nos restantes países da Zona Euro.

Depois das notícias que apontavam para que Portugal se seguisse à Grécia na necessidade de pedir um novo pacote de ajuda externa ou até mesmo ter de solicitar um perdão da dívida, os investidores começam a relaxar.
Também o Citigroup lançou um relatório em que aponta para uma diferenciação entre o caso da Grécia – com uma probabilidade de 50% de deixar a Zona Euro – e dos restantes países da Zona Euro – onde não há já tanto risco de contágio caso a Grécia saia do euro.
Juros em valores de Janeiro
Assim, a taxa de juro implícitas das obrigações portuguesas a dois anos desce 42 pontos base e está nos 16%, depois de ter chegado perto dos 22% a 31 de Janeiro.
Já a taxa a cinco anos cede 72,6 pontos base e está nos 17,2%, enquanto que, a dez anos, a “yield” perde 1,9 pontos base para 13,6%.
Nestes dois prazos, as rendibilidades (“yields”) caíram já para níveis que não eram verificados desde 16 de Janeiro, a primeira sessão que se seguiu ao corte de “rating” a Portugal pela Standard & Poor’s, que passou a classificar a dívida portuguesa como “lixo”, ou seja, deixou de aconselhar investimento.
As excepções são os prazos a três e oito anos, que verificam avanços nas rendibilidades pedidas pelos investidores.
Irlanda desce aos 7%
Apesar da nota de descida nos retornos exigidos pelos investidores no caso de títulos de Portugal, o resto da Europa não sente o mesmo alívio. As rendibilidades estão a subir em torno de 0,5 pontos base na Bélgica, França e Espanha, ao passo que em Itália os avanços são próximos de 1 ponto base.
Na Irlanda, que também está a receber um pacote de ajuda externa, a taxa de juro implítica mais elevada é nas obrigações a nove anos, que está agora nos 7,045%. Foi precisamente a barreira dos 7% que começou a ser apontada como aquela que sinalizava a necessidade de um país em pedir assistência financeira externa.