O euro prepara-se para somar o terceiro mês consecutivo de ganhos contra o dólar, beneficiando dos sinais de abrandamento da economia norte-americana e da crescente preocupação com eventuais subidas dos juros nos EUA.

A moeda europeia ganhava 0,12% para os 1,288 dólares, elevando a valorização desde o início do ano para os 8,5%, numa altura em que a divisa norte-americana dá sinais de fragilidade.

Esta fragilidade está, dizem os analistas, relacionada com as preocupações de que a política monetária da Reserva Federal dos EUA (Fed) esteja a pesar no crescimento económico norte-americano, numa altura em que o mercado vai antecipando mais subidas dos juros até final do ano.

Os últimos dados macroeconómicos divulgados nos EUA mostraram um abrandamento do crescimento do emprego, uma quebra na confiança dos consumidores e uma expansão económica abaixo do previsto, o que penalizou a «nota verde» não só contra o euro mas também contra as moedas asiáticas.

«O dólar está com péssimo aspecto. A economia norte-americana está seguramente a mostrar sinais de abrandamento e isso são más notícias para o dólar», afirmou um analista citado pela Bloomberg.

A nomeação de Henry Paulson para o cargo de secretário do Tesouro, substituindo John Snow, não ajudou o dólar, já que os analistas consideram que Paulson deverá prosseguir a política de «dólar fraco» contra as moedas asiáticas de forma a reduzir o défice comercial do país.