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Investidores fogem de certificados de aforro

O Governo parece ter conseguido um dos objectivos implícitos no lançamento da nova série de certificados de aforro: diminuir os encargos com este produto, que tinham crescido significativamente nos últimos três anos não só com a subida dos juros, mas tamb

14 de Fevereiro de 2008 às 08:06
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O Governo parece ter conseguido um dos objectivos implícitos no lançamento da nova série de certificados de aforro: diminuir os encargos com este produto, que tinham crescido significativamente nos últimos três anos não só com a subida dos juros, mas também com o aumento das subscrições. É que as primeiras duas semanas de vida da nova estrutura deste produto foram marcadas por uma vincada fuga dos aforradores.

Segundo o "diário de Notícias", desde o final de Janeiro, os resgates das séries A e B superaram em três a quatro vezes as entradas na série C, criada pelo Governo com uma taxa de juro mais baixa e um prémio de permanência muito mais reduzido.

O Ministério das Finanças criou, a 23 de Janeiro, a série C de certificados de aforro, através de portaria, com características menos competitivas em termos de rentabilização das poupança aplicadas neste produtos. Ao mesmo tempo, bloqueou as subscrições nas séries A e B, que sofreram um corte nas suas taxas de juro, indexadas à Euribor.

Estas medidas geraram um coro de protestos por parte dos aforrados, que se dirigiram às associações de defesa dos consumidores e aos próprios balcões dos CTT - principal local de comercialização dos certificados de aforro - no sentido de perceber o alcance das alterações. E apesar dos conselhos recebidos para não saírem dos produtos, sobretudo para quem os subscreveu há mais de três anos, verificou-se que por cada entrada na série C, registaram-se três a quatro saídas das séries antigas. Não é claro para onde foram essas poupanças, numa altura em que os bancos estão cada vez mais agressivos na promoção de depósitos a prazo e em que se vive uma crise nos mercados financeiros.

Não existem ainda dados oficiais sobre este movimento. O Instituto de Gestão de Crédito Público (IGCP) admitiu a publicação dos números de subcrições/resgates no final da primeira semana de vida da série C. Mas adiou essa iniciativa porque, segundo explicou ao DN, estava a enfrentar algumas dificuldades na compilação dos dados provenientes da extensa rede nacional de CTT. Entretanto, remeteu para os boletins mensais do instituto (Fevereiro e Março) uma fotografia mais oficial sobre o balanço das alterações.

No início deste mês, confirmou-se a menor competitividade dos certificados de aforro, após as alterações no cálculo das suas taxas de juro. As séries A e B sofreram uma descida dos juros de 3,72% de Janeiro para 2,602% em Fevereiro, o valor mais baixo desde Agosto de 2006. Um efeito não só da descida das taxas indexantes - Euribor -, mas também da mudança da fórmula de cálculo. A nova série baixou de 3,892% para 3,488%, um número inferior à taxa das séries A e B antes das alterações.

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