A EDP, que irá actuar na rede fixa já a partir do próximo ano através da Oni, parecia ter sido esquecida pelos investidores na corrida aos títulos das telecomunicações, uma vez que o seu desempenho na Bolsa não tem acompanhado valorizações deste sector. No entanto, as acções da empresa presidida por Mário Cristina de Sousa cotavam, hoje às 11h00, nos 15,57 euros (3.121 escudos) registando uma valorização de 2,64%.

De facto, os papéis da EDP apresentavam nas última sessões da Bolsa de Valores de Lisboa (BVL) quebras invulgares para o sector das telecomunicações. Mas, na sessão de hoje os investidores parecem ter despertado para o potencial desta empresa que está também ligada ao sector das telecomunicações.

Segundo uma analista contactada pelo Canal de Negócios, «não há de facto razões para que a EDP não acompanhe a tendência do mercado das telecomunicações», afirmando ainda que «a EDP tem um dos mais importantes operadores de rede fixa, único capaz de concorrer, pelo menos lado a lado, com a Portugal Telecom (PT)». Ainda segundo a mesma analista, a justificação possível para a performance verificada até hoje por esta empresa deve-se ao facto de «o negócio da electricidade, através dos efeitos da liberalização do mercado, anular os efeitos positivos das telecomunicações».

Outras das razões que poderá esta a sustentar a valorização observada hoje nos títulos da EDP, é o facto de a eléctrica nacional ter entrado para a lista de recomendações da Goldman Sachs. O «price-target», a um ano, dos analistas continua a ser de 21,5 euros (4.310 escudos), o que reflecte um potencial de valorização de 38% face à cotação de hoje.

As acções da EDP verificam uma queda desde o início do ano de 16,96%, tendo atingindo no dia 13 de Outubro deste ano o seu mínimo histórico ao cotar nos 14,1 euros (2.826 escudos). Nas últimas 52 semanas a EDP atingiu um máximo nos 21,82 euros (4.374 escudos).