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Governo japonês aponta Kazuo Ueda para liderar Banco do Japão

As expectativas recaíam sobre Masayoshi Amamiya, mas a escolha do Executivo será outra, segundo revelou o meio de comunicação Nikkei.

A política de controlo da curva de rendibilidade levada a cabo pelo Banco do Japão (BoJ) depende de taxas de juro globais suaves e de “yields” baixas – e em 2018 isso não irá funcionar. À medida que a inflação for subindo, as rendibilidades também dispararão e o resultado será um grande mergulho do iene. Em última análise, o banco central nipónico terá de recorrer a medidas de flexibilização quantitativa, mas não sem antes a nota verde escalar face à divisa japonesa, com o dólar a chegar a valer 150 ienes antes de desvalorizar rapidamente para 100 ienes.
reuters
10 de Fevereiro de 2023 às 10:43
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O governo japonês prepara-se para nomear Kazuo Ueda, professor e antigo membro do Banco do Japão (BOJ), para liderar a autoridade monetária. A notícia está a ser avançada pelo meio de comunicação nipónico Nikkei e foi recebida com surpresa pelos mercados, que esperavam que Masayoshi Amamiya, atualmente vice-governador do BOJ, fosse a próxima escolha.

De acordo com o meio de comunicação, o Executivo japonês terá abordado Amamiya, mas este terá recusado.

O anúncio oficial sobre quem irá substituir Haruhiko Kuroda está marcado para terça-feira. 

Em declarações públicas, Kazuo Ueda já manifestou que considera necessário cautela na subida das taxas de juro, para que esta medida não seja tomada de forma prematura, o que sugere que o primeiro-ministro japonês poderá não estar à procura de uma mudança drástica. Até agora, o banco central do Japão tem resistido a subir as taxas de juro, diferenciando-se dos diferentes pares.

Logo após a divulgação da notícia, a moeda japonesa escalou 1,4% face ao dólar.

"O mercado foi completamente apanhado de surpresa. Colocando de lado o tipo de política que Ueda seguirá, a forma como o governo geriu isto parece um pouco desajeitada, tendo alimentado as expectativas de que Amamiya seria o sucessor", afirmou Norihiro Fujito, analista no Mitsubishi UFJ.

Analistas ouvidos pela Bloomberg, consideram que a escolha irá colocar o iene a subir e as bolsas japonesas em queda. "Estou a especular, mas o facto de Amamiya ter recusado a oferta sugere que há uma clara tensão entre o que Kishida quer fazer e o que Amamiya [a quem é associada uma posição mais 'dovish'] quer", afirmou Viraj Patel, estratega na Vanda Research, em Londres.

"Os mercados parecem estar aliviados por não ser Amamiya [o próximo governador]. Contudo, sabe-se muito pouco sobre Ueda", disse Jane Foley, analista no Rabobank.

Já Ilya Spivak, da Tastylive, considera que "as implicações iniciais para as bolsas parece negativas". "Se os mercados interpretarem isto como 'hawkish', "yields" mais elevadas podem assustar as ações. Contudo, não é preto e branco", afirmou, apontando que haverá alguma volatilidade à medida que os mercados forem ouvindo o que Ueda tem a dizer.
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