Julissa Arce tinha 11 anos quando saiu do México para San Antonio, como fazem tantos outros mexicanos ilegais que atravessam a fronteira em busca de uma vida melhor.

Mas esta história, que foi contada numa reportagem da Bloomberg, tem um final muito diferente de tantos outros. Arce estudou nos Estados Unidos e comprou documentação falsa assim que o seu visto expirou. Começou como estagiária no Goldman Sachs, um dos maires bancos do mundo, onde esteve sete anos e se tornou uma estrela. A ascensão foi meteórica, tendo passado a analista, depois a associada e por fim a vice-presidente.

A vida de Julissa Arce, que faz 32 anos em Março, começou a mudar em Setembro de 2007. Num dia desse mês, quando estava a trabalhar no escritório do Goldman Sachs, recebeu um telefonema da família, altura em que é alertada que o seu pai está a morrer em Taxco de Alarcón, uma pequena cidade mexicana de onde é natural.

Arce sabe que se sair do país não conseguirá regressar aos Estados Unidos e perderá o emprego. A jovem mexicana permanece no Goldman Sachs até 2011, ano em que regulariza a sua situação depois de ter casado com um norte-americano. Nessa altura tem um salário anual entre 300 e 400 mil dólares, está legalizada, é rica, mas não é feliz, conta a reportagem da Bloomberg.

Arce sai do Goldman nesse ano mas em 2012 regressa a Wall Street para ser directora no Bank of America Merryll Lynch. Saiu em Maio do ano passado. Agora vai ser directora da Define American, uma organização sem fins lucrativos que luta pelos direitos dos imigrantes ilegais e que foi fundada por Jose Antonio Vargas, um jornalista que ganhou um Pulitzer em 2008 e revelou em 2011 que era emigrante ilegal.