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Goldman Sachs já admite que a Fed suba juros cinco vezes em 2022

O projeção do banco de investimento mantém-se que a Fed avance com aumentos das taxas quatro vezes este ano (acima do consenso do mercado). Mas os analistas não afastam a possibilidade de mais subidas.

Jerome Powell, presidente da Fed, anuncia hoje as decisões da reunião de política monetária de junho.
Susan Walsh/Pool via REUTERS
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Três, quatro ou até cinco vezes. É quase certo que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos vai subir as taxas de juro este ano, mas o mercado divide-se quanto ao número de vezes que o vai fazer. O Goldman Sachs já estava entre os bancos de investimento que espera uma estratégia mais acelerada e admitiu, numa nota divulgada este domingo aos clientes, que poderá ser mais agressiva.

A equipa de economistas do Goldman Sachs liderada por Jan Hatzius afirmou numa análise a que a Bloomberg teve acesso continuar à espera de subidas dos juros em março, junho, setembro e dezembro, bem como o anúncio de uma diminuição dos ativos no balanço em julho. Mas sublinhou que as pressões da inflação -- que atingiu os 7% em dezembro -- significam que "há riscos face ao nosso cenário base" e há, por isso, a possibilidade "de os responsáveis agirem em todas reuniões até ao cenário de inflação mudar".

"Levanta-se a possibilidade de uma subida de juros adicional ou de um anúncio mais cedo da redução do balanço em maio, ou mesmo mais de quatro subidas de juros este ano", refere a nota do Goldman Sachs, citada pela agência. "Podemos imaginar uma série de potenciais fatores que possam espoletar uma mudança nos juros".

O grupo de decisores liderado por Jerome Powell encontra-se esta semana pela primeira vez em 2022, não sendo esperada ainda qualquer alteração aos juros, que se encontram atualmente em mínimos históricos num intervalo entre 0% e 0,25%. O consenso do mercado aponta para que a primeira subida (de 50 pontos base para um intervalo entre 0,5% e 0,75%) seja anunciada em março.

Na última reunião de política monetária, realizada nos dias 14 e 15 de dezembro, a Fed sinalizou a possibilidade de haver três aumentos dos juros este ano e mais três no próximo. Quanto à compra de dívida, anunciou que iria duplicar o ritmo da retirada gradual dos estímulos ("tapering").

No âmbito dos estímulos à economia em período pandémico, a Fed começou por desembolsar biliões de dólares na compra de ativos, que entretanto reduziu para 120 mil milhões de dólares por mês. Em novembro e dezembro de 2021 deixou de investir 30 mil milhões de dólares nestas compras (15 mil milhões em cada um dos meses), pelo que o ritmo de compra de ativos com que entrou em 2022 estava na base dos 90 mil milhões de dólares por mês: 60 mil milhões de dólares em Obrigações do Tesouro (OT) e 30 mil milhões em títulos garantidos por hipotecas.

 

Com a duplicação no ritmo do "tapering", o corte mensal passou a ser de 30 mil milhões. Esta redução reparte-se por 20 mil milhões no caso das OT e 10 mil milhões no que diz respeito aos títulos endossados a hipotecas. Assim, a Fed passou a comprar apenas 40 mil milhões de dólares por mês em OT e 20 mil milhões de dólares em títulos garantidos por hipotecas.

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