Investir através de fundos obriga ao pagamento de várias comissões às sociedades gestoras, quer pela subscrição do fundo, quer pela sua gestão ou resgate. O investidor corre, assim, o risco de pagar mais do que o retorno que poderá ter, caso o desempenho do fundo venha a ser muito baixo ou até negativo.

No entanto, este é um risco que vale a pena correr. O maior e mais abrangente estudo internacional sobre os factores que determinam o desempenho dos fundos de investimento, realizado por três professores do ISCTE Business School, e que inclui uma análise a Portugal, conclui que os fundos que cobram comissões mais altas proporcionam retornos maiores.

O estudo elaborado por Sofia Ramos, António Freitas Miguel e Miguel Ferreira, que será hoje apresentada na conferência "Fundos de Investimento e Gestão de Activos", no ISCTE, identifica a existência de uma relação positiva entre o nível das comissões e o desempenho dos fundos.

A análise foi efectuada a 10.568 fundos de investimento de 19 países, dos quais 58 eram portugueses, com base na "performance" entre 1999 e 2005. Perante a correlação positiva entre comissões altas e retornos gerados, Sofia Ramos conclui: "Não só os investidores estão dispostos a pagar a "performance", como também as comissões cobradas se justificam."