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Fundos globais têm estratégias divergentes para fim da pandemia

Alguns dos maiores investidores mundiais dizem que é hora de posicionar os portefólios para o fim da pandemia. Isso não significa que concordem sobre a melhor estratégia.

EPA
28 de Novembro de 2020 às 18:00
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Uma das recomendações da JP Morgan Asset Management é comprar ações impactadas pela pandemia, como de empresas de viagens, companhias aéreas e hotéis. A equipa da Fidelity International aumentou as suas posições em regiões como a Europa, duramente atingidas pelo coronavírus, com a aposta de um melhor desempenho. Segundo a Franklin Templeton, ainda é muito cedo para deixar mercados como a Ásia, que conduziu melhor a crise.

Mesmo que as três empresas olhem além do aumento de casos e das novas restrições para a perspetiva de uma população vacinada que alcance a imunidade de grupo em algum momento nos próximos dois anos, as suas visões às vezes divergentes sobre como investir evidenciam os altos riscos para os gestores de ativos durante o que poderá ser um momento fundamental para os mercados. O avanço das vacinas contra a covid-19 este mês já provocou mudanças bruscas no desempenho relativo entre setores, países e estilos de investimento no mercado acionista.

"A rotação do setor de renda variável pode dominar as discussões entre investidores nos próximos meses", disse Tai Hui, responsável de estratégia para o mercado asiático da JP Morgan Asset Management. "Achamos que os investidores podem tentar diversificar as suas alocações para aproveitar as vantagens das possíveis boas notícias sobre o desenvolvimento de vacinas."

Para Salman Ahmed, responsável por alocação macro e ativos estratégicos da Fidelity International em Londres, é hora de se estar otimista em relação à Europa. A equipa aposta agora em ganhos para a região e isso é uma "grande mudança", disse. A Ásia, de acordo com Ahmed, maximizou os benefícios de mercado que poderia obter por ter controlado a propagação do coronavírus.

"Os países que estão sob muita pressão por causa do vírus devem ganhar mais com uma vacina confiável", afirmou. "E a Europa enquadra-se nessa categoria", porque o impacto da covid tem sido muito negativo.

Mas nem todos apostam nesta rotação. Para Stephen Dover, da Franklin Templeton, ainda vai demorar vários meses para que qualquer vacina possa ser amplamente distribuída. Por isso, as ações asiáticas ainda são o investimento preferido.

Os gestores também divergem sobre quando as vacinas normalizarão as economias. Para Dover, por exemplo, é mais provável que isso aconteça no segundo semestre de 2021. Mas Ross Cameron, gestor financeiro em Tóquio da australiana Northcape Capital, considera que mais de metade da população mundial não será vacinada antes do final de 2023.

"A nossa impressão é que os mercados estão otimistas demais sobre a velocidade da distribuição global de uma vacina", disse Cameron. "Vai exigir muito tempo e dinheiro."

Evan McCulloch, da Franklin Equity, resume como os gestores de fundos, apesar das diferentes estratégias, olham além das novas vagas da pandemia e do regresso das restrições em muitos países.

"Somos investidores de longo prazo", disse. "Estamos a olhar além do número crescente de casos e da contínua fragilidade económica em direção a uma reabertura da economia possibilitada pela vacina."

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