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Fundo "abutre" Elliott revela participação na AT&T e propõe cortes de custos e vendas

Elliott, o fundo de investimento cujo líder é conhecido como o "abutre" da Argentina, revelou que tem uma participação de 3,2 mil milhões de dólares na AT&T e que quer fazer alterações.

bloomberg
09 de Setembro de 2019 às 15:44
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O fundo de investimento Elliott revelou que possui uma participação de 3,2 mil milhões de dólares na AT&T e quer fazer disparar os valores das ações em mais de 50%: o plano passa pela venda de ativos e corte de custos.

 

A estratégia de Paul Singer, o líder do fundo Elliott, chegou às mãos da administração da AT&T esta segunda-feira. A proposta inclui a venda do operador de televisão por satélite DirecTV e as comunicações móveis no México.

 

O conselho é ainda que a empresa americana abandone negócios que não estão alinhados com a sua estratégia, tornar a operação mais eficiente e parar a dinâmica de aquisições. Uma das iniciativas da AT&T que é considerada "das mais prejudiciais" é a compra, pelo valor de 39 mil milhões de dólares, da T-Mobile US. Este investimento insere-se num conjunto mais largo de 200 mil milhões em aquisições. A compra da Direct TV e da Time Warner também são criticadas pelo fundo.

 

Paralelamente, o fundo de investimento estima que cortes nos custos permitam uma melhoria de 3% nas margens da AT&T até 2022. Na carta, o Elliott diz ter identificado 10 mil milhões em despesas que podem ser evitadas, embora proponha poupanças de apenas 5 mil milhões de dólares.   

 

Para além dos reparos em termos da atividade da empresa, Singer anunciou que pretende nomear membros para integrar o conselho de administração da AT&T.

 

O interesse do Elliott na empresa norte-americana é justificado pelo mesmo com a consideração de que a AT&T está sub-avaliada após um período de "fraco desempenho substancial e prolongado".

 

A AT&T, contactada pela Bloomberg, ainda não teceu comentários. A empresa segue a somar em bolsa perto de 5%, depois de ter disparado 5,21% para os 38,14 dólares, um máximo de 5 de fevereiro de 2018.

O fundo de Paul Elliott Singer também tem ativos em Portugal. O "abutre" entrou no capital da EDP em outubro de 2018, altura em que passou a controlar 2,2925% do capital da elétrica liderada por António Mexia - uma posição que, de acordo com os dados da Bloomberg, mantém. Singer ficou conhecido por "Abutre da Argentina" por ter sido dos investidores que mais pressionou este país da América do Sul a pagar a dívida. Singer foi um dos 7% de credores que recusaram participar na reestruturação de dívida da década passada e tentou confiscar alguns bens do Estado. Quase dez anos depois, o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA obrigou a Argentina a pagar os 1,5 mil milhões de dólares que lhe devia.

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