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Fitch: “Saída limpa de Portugal não põe fim ao ajustamento”

A agência de notação financeira deixa o aviso: apesar de Portugal ter optado por uma saída limpa do programa de resgate, o ajustamento orçamental não está terminado. E reitera que poderá subir o “rating” do país.

07 de Maio de 2014 às 14:52
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“A decisão de Portugal de sair de forma limpa do programa de resgate e o seu regresso com sucesso aos mercados de capitais com ‘yields’ favoráveis reflecte a confiança dos investidores no progresso do país desde 2011. Reflecte também a forte liquidez do mercado” e a procura por rentabilidades mais altas numa altura em que “as taxas de juro globais estão baixas”, revela a Fitch numa nota de análise divulgada esta quarta-feira, 7 de Maio.

 

“Sem um programa cautelar, o risco de Portugal ser apanhado numa futura crise de volatilidade de mercado não pode ser totalmente descontado. Contudo, a almofada financeira diminui os riscos”, realça a mesma fonte.

 

“Portugal vai continuar com um défice excessivo até 2015 de acordo com as nossas estimativas, o que deverá ancorar a política orçamental e implicar um ajuste orçamental substancial no médio prazo”, adianta a Fitch.

 

A agência de notação financeira realça que o documento de estratégia orçamental (DEO) para 2015/2018 “continua a disciplina orçamental, o que é um factor-chave para a nossa avaliação do ‘rating’.” E a agência exemplifica: o impacto da decisão de reverter o corte de 20% dos salários do sector público é amplamente anulado por outras medidas. Ou seja, a Fitch considera que esta decisão “tem um impacto neutral nas dinâmicas de dívida e não vê [a decisão] como um enfraquecimento do compromisso de redução do défice.”

 

A agência sublinha ainda que as necessidades de financiamento de Portugal estão asseguradas este ano, “contudo, as necessidades de financiamento nos próximos anos e os possíveis choques provenientes de crises políticas ou decisões adversas do Tribunal Constitucional podem perturbar as condições de financiamento de Portugal.”

 

A Fitch tem um “rating” de “BB+” e um “outlook” positivo para Portugal, que “reflecte o progresso que o país fez na redução do défice orçamental, bem como a melhoria da economia, previsões de crescimento e condições de financiamento.”

 

A Fitch diz que um regresso normal ao mercado, em termos consistentes com a sustentabilidade da dívida pública de longo prazo, pode significar uma melhoria do “rating” do país, realça a mesma fonte.

 

(Notícia actualizada às 15h15 com mais informação)

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