O euro valorizava 0,3% face ao dólar, com os mercados a recearem uma intervenção em defesa da moeda única, no dia em que o Banco Central Europeu (BCE) manteve a sua taxa de juro de referência, ou REFI, inalterada nos 4,5%.

A moeda única cotava nos 0,8503 dólares e progredia 0,1% relativamente à divisa nipónica, transaccionando nos 101,95 ienes.

«O que poderá continuar a sustentar o euro é o receio de uma intervenção nos mercados cambiais», afirmou Leonardo Silva, analista do Banco Finantia, adiantando que «é visto como mais provável que essa intervenção não fosse efectuada pelo BCE, mas sim pelos bancos centrais dos vários países» integrantes da Zona Euro.

O presidente do BCE, Wim Duisenberg, defendeu hoje que é do interesse da zona da moeda única ter um «euro forte», tendo estas declarações «reforçado as expectativas de intervenção nos mercados», segundo o mesmo analista.

As afirmações de Duisenberg foram proferidas na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Governadores do BCE, que manteve a taxa directora da instituição inalterada nos 4,5%, uma decisão que foi de encontro às previsões dos analistas.

As encomendas na indústria da Alemanha, a maior economia da Zona Euro, diminuíram 1,1% no mês de Abril, registando a quarta quebra mensal consecutiva, afectadas pela redução do consumo interno e externo. Esta evolução contrariou as previsões dos analistas, que esperavam que o nível das encomendas ficasse inalterado face a Março.

Em Maio, o número de desempregados alemães aumentou em 18 mil, registando o quinto aumento consecutivo, com as empresas germânicas a contratarem menos trabalhadores, devido ao abrandamento das exportações.

«Estes dados vieram em linha com os últimos indicadores, que vieram mostrar que a Alemanha está a abrandar mais do que os restantes países da Zona Euro», sublinhou o analista do Banco Finantia.

Cada euro vale 200,482 escudos.