O euro caía frente ao dólar, depois de ter subido mais de 2% durante a semana passada, num dia em que o mercado está a aguardar um discurso do presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, Ben Bernanke.

Ben Bernanke vai hoje discursar sobre a política monetária e o mercado está a aguardar que o responsável indicie até que patamar podem ir os juros do país este ano, depois da Fed ter decidido subir os juros no país oito vezes consecutivas no ano passado, e duas este ano.

O euro [eur] cedia 0,15% para os 1,2171 dólares, depois de ter crescido 2,35% na semana passada.

A moeda única europeia tem vindo a recuperar terreno frente ao dólar, depois da queda registada em 2005, com o aumento da especulação de que o Banco Central Europeu (BCE) vai subir mais vezes a taxa de juro de referência para a Zona Euro, enquanto também começa a crescer a especulação de que o ciclo contínuo de subidas de juros nos EUA está perto do fim.

O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, reafirmou hoje em entrevista a um canal de televisão francês, LCI, que o banco vai «fazer o que for necessário para garantir» a estabilidade de preços.

Na semana passada o Eurostat divulgou o relatório da inflação da Zona Euro de Fevereiro, onde se verificou um abrandamento da mesma. Apesar deste abrandamento a inflação tem-se mantido acima do limite de 2% estipulado, mesmo depois do BCE ter decidido subir os juros.

Operadores apostam na subida de juros até aos 3,25% na Zona Euro em 2006

Os operadores estão a aumentar as suas apostas no que respeita à subida de juros por parte do BCE. A maior parte dos operadores apontam para que a autoridade monetária da Zona Euro eleve a taxa de referência para os 3,25% até ao final de 2006.

A subida dos juros é muito importante para a negociação cambial pois quanto maiores forem os juros mais elevados serão os retornos dos investimentos denominados em determinada moeda.

Foi esta razão – subida por oito vezes dos juros nos EUA e aumento do diferencial entre a taxa praticada naquele país e a Zona Euro – que impulsionou o dólar em 2005 e fez com que acumulasse ganhos frente ao euro pela primeira vez em quatro anos.