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Euro cai com provável manutenção dos juros pelo BCE

O euro deslizava face ao dólar na expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter a taxa de juro de referência inalterada, no valor mais baixo de seis anos, num contexto de recuperação económica ameaçada pelos valores recorde sucessivos que

07 de Outubro de 2004 às 10:19
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O euro deslizava face ao dólar na expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá manter a taxa de juro de referência inalterada, no valor mais baixo de seis anos, num contexto de recuperação económica ameaçada pelos valores recorde sucessivos que o petróleo tem atingido e de aumento do desemprego.

Contra a moeda norte-americana, o euro [eur] desvalorizava 0,06% para os 1,2280 dólares.

O BCE vai deixar a taxa de juro de referência nos 2% na reunião de hoje, disseram a totalidade dos analistas consultados pela Bloomberg.

O petróleo atingiu esta semana recordes sucessivos, sendo que o crude atingiu hoje o valor máximo nos 52,45 dólares (42,72 euros) por barril e o «brent» o recorde de 48,40 dólares (39,42 euros).

O preço do petróleo atingiu hoje, pelo terceiro dia consecutivo, novos máximos no meio da sessão, depois de um relatório ontem divulgado nos EUA ter avançado que as reservas da maior economia mundial cresceram menos que o esperado na semana passada.

As reservas de petróleo dos EUA aumentaram em 1,1 milhões de barris, para um total de 274 milhões de barris na semana que terminou a 1 de Outubro, menos do que os analistas consultados pela Bloomberg aguardavam.

Já a taxa de desemprego na Zona Euro permaneceu, em Agosto, no valor mais elevado em cinco anos, nos 9%. Na Alemanha a taxa foi de 10,7% em Setembro, o que significa o valor mais elevado desde 1999.

Jean Claude Trichet, presidente do BCE, que prevê uma «recuperação gradual» na Zona Euro, disse dia 1 de Outubro que não vai negligenciar a ameaça ao crescimento económico personificada pelos preços elevados do petróleo.

O BCE não mexe nas taxas de juro desde que as baixou em Junho de 2003. Com esta instituição bancária a prever o abrandamento da inflação no próximo ano, Trichet poderá esperar antes de seguir a Reserva Federal dos Estados Unidos da América e o Banco de Inglaterra no aumento das taxas.

O Banco de Inglaterra também deverá hoje manter a taxa de juro de referência inalterada no valor mais elevado de três anos, nos 4,75%, uma vez que a queda na produção e um crescimento mais fraco nos serviços indiciam que a subida nas taxas de juro está a prejudicar o crescimento económico.

A totalidade dos analistas consultados pela agência noticiosa acredita que o Banco de Inglaterra vai manter a taxa nos 4,75%, depois de cinco aumentos desde Novembro.

«Clima de incerteza» na Zona Euro com subida de petróleo e abrandamento de consumo

A Existência de um clima de incerteza económica foi terça-feira defendido pela Comissão Europeia. No seu relatório trimestral, a mesma comissão referiu que a retoma económica da região «prossegue num clima de incerteza», num contexto de alta de petróleo, de um enfraquecimento do consumo e da «apatia persistente dos investimentos».

A Comissão afirma que, apesar de certos sinais positivos», a procura interna não recebeu ainda um impulso real, devido ao enfraquecimento dos gastos dos consumidores e de «uma apatia persistente dos investimentos».

Bruxelas acredita que o «impacto negativo da alta dos preços do petróleo» e a evolução do desemprego na região europeia «continuarão a travar» o consumo nos próximos meses, mas a Comissão é igualmente da opinião que «o aumento recente do crédito ao consumo, [num momento em que «as taxas de juros ainda estão baixas»], das vendas a retalho durante o Verão, assim como dos empréstimos imobiliários, permite um optimismo prudente».

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