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Euro bate em máximo histórico nos 1,2018 dólares (act.)

O euro bateu hoje num novo nível histórico, pela primeira a negociar acima dos 1,20 dólares, com os analistas a citarem os baixos juros e a dificuldade em atrair capital estrangeiro para os EUA, dificultando a tarefa de reduzir o défice da conta corrente,

28 de Novembro de 2003 às 17:20
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O euro bateu hoje num novo nível histórico, pela primeira a negociar acima dos 1,20 dólares, com os analistas a citarem os baixos juros e a dificuldade em atrair capital estrangeiro para os EUA, dificultando a tarefa de reduzir o défice da conta corrente, numa altura em que o excedente da conta corrente sobe na Europa e em que a Alemanha e a França deixaram de ter as «rédeas» do PEC.

No mercado cambial, um euro chegou hoje a comprar 1,2018 dólares, o valor mais alto de sempre, à revelia dos dados macroeconómicos divulgados esta semana que superaram as estimativas, como os dados do desemprego e dos bens duradouros.

O euro [EUR] aliviava dos máximos, e seguia agora em subida de 0,70% para 1,1991 dólares.

A moeda única prepara-se assim para conseguir a terceira semana de ganhos consecutiva face ao numerário norte-americano, com os analistas a citarem a dificuldade dos Estados Unidos (EUA) em atrair capital estrangeiro, uma das formas de reduzir o défice da balança corrente que se encontra em valores recordes. No segundo trimestre, o saldo foi negativo em 138,7 mil milhões de dólares.

Desde o início do ano, a moeda portuguesa e da Zona Euro sobe 14,45% frente ao dólar.

Deste lado do Atlântico, o excedente da balança corrente continua a aumentar, numa semana em que a França e a Alemanha conseguiram não ser sancionadas por terem violado os limites de controlo orçamental impostos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), o que segundo alguns analistas, irá permitir às duas maiores economias da Zona Euro adoptarem políticas expansionistas que permitam espevitar o crescimento económico.

Juros em mínimo de 45 anos não ajuda

A Lehman Brothers, num estudo publicado ontem, referia que o dólar continua a ser «pouco atractivo» para os investidores, em parte devido ao facto da Reserva Federal norte-americana (Fed) manter os juros baixos. A taxa de juro de refinanciamento nos EUA encontra-se actualmente nos 1%, mínimo de 45 anos, quando na Europa o Banco Central Europeu (BCE), mantém o preço do euro nos 2%.

Este mês, os bancos centrais do Reino Unido e da Austrália aumentaram o nível dos juros para os 3,75% e 5,25%, respectivamente.

Robert Parry, presidente da Fed de São Francisco, e Michael Moscow da Fed de Chicago sinalizaram nas últimas semanas que as taxas de juros nos EUA deverão continuar baixas, citando a pouca probabilidade de uma subida na inflação.

Soros e Buffet «shortam» dólares

A edição de hoje do «Independent», que cita um gestor de fundos que não quis ser identificado, refere que Warren Buffet e George Soros estão a entrar curtos no dólar, numa altura em que a libra esterlina negoceia nas vizinhanças de máximos de cinco anos.

Uma posição curta ou «short» em contractos derivados sobre o dólar, quer dizer que o investidor está a apostar numa queda da subjacente (neste caso da moeda). Fixando agora um preço de venda para o futuro, em caso de confirmação das expectativas, Buffet e Soros irão ao mercado na maturidade comprar dólares mais baratos para fechar a posição agora aberta, encaixando a respectiva mais-valia.

Warren Buffet, presidente da seguradora Berkshire Hathaway, é o segundo homem mais rico do Planeta, e George Soros é presidente da Soros Fund Management, o maior grupo de gestão de fundos do mundo.

Acção de Graças também não favorece dólar

Os mercados norte-americanos estiveram ontem encerrados em virtude do feriado do «Thanksgiving Day», que acontece todos os anos na quarta quinta-feira de Novembro, e hoje, negoceiam das 14h30 às 18h00.

Segundo a edição de ontem do Jornal de Negócios, que cita Jorge Ferraz, analista cambial da Informação de Mercados Financeiros (IMF), a queda do dólar é, em parte, justificada, pelo fim de semana prolongado nos EUA, já que os investidores poderão ter algum receio em «levar dólares no bolso para o fim-de-semana, temendo novos ataques terroristas».

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