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EUA rejeitam planos de cinco grandes bancos para momentos de crise

Os reguladores chumbaram os planos apresentados por cinco grandes instituições para lidar com situações de crise. O objectivo é garantir que os contribuintes não terão que continuar a pagar resgates do sector financeiro.

14 de Abril de 2016 às 12:21
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Cinco grandes bancos norte-americanos, que incluem o JPMorgan e o Bank of America, foram alertados pelos reguladores que terão que rever os seus planos para situações extremas, depois das autoridades terem considerado inadequados os seus planos para um cenário de crise.


Os planos de crise, que pretendem evitar situações como as que aconteceram em 2008, em que os contribuintes tiveram que pagar os resgates dos bancos (os Estados Unidos passaram um cheque de 430 mil milhões de dólares para salvarem os bancos), não satisfizeram as autoridades norte-americanas em cinco grandes instituições.


JPMorgan, Bank of America, Wells Fargo, Bank of New York Mellon e State Street apresentaram planos "não credíveis ou que não facilitariam uma resolução ordeira" numa situação de crise, avança o Financial Times.


Perante as soluções insuficientes, os reguladores exigiram a estas instituições que reformulem os seus planos até Outubro de 2016, caso contrário irão enfrentar regulação mais apertada, incluindo rácios de capital mais elevados, maiores exigências de liquidez e programas de desinvestimento de activos forçados.


Estas novas exigências surgem num momento em que a campanha presidencial trouxe de volta o debate em torno dos bancos "demasiado grandes para cair", com os candidatos a realçarem a necessidade de limitar o tamanho das instituições.


"O objectivo é acabar com o demasiado grande para cair e proteger o contribuinte americano", realçou Tom Hoenig, vice-presidente da agência nacional para a protecção de depósitos.

Planos em credibilidade

Entre os principais problemas encontrados pelas autoridades estão questões ao nível do governo das sociedades, falta de liquidez ou ausência de detalhes de como lidariam com uma situação de resolução. Várias situações que levaram as autoridades a qualificarem alguns planos como "não credíveis".

No caso do JPMorgan, que divulgou esta semana um conjunto de resultados que ficou acima das expectativas, as autoridades pedem mais detalhes sobre como a instituição iria isolar o seu portefólio de derivados numa crise ou sobre "como e se os directores obteriam informação sobre a condição da firma em tempo oportuno".

O governo das sociedades é outro dos problemas identificados quer no JPMorgan, quer noutras instituições. Detalhes sobre como as instituições iriam prosseguir com uma resolução ordeira é outra das deficiências encontradas pelas autoridades.

A fraca liquidez para lidar com uma situação de crise é outro dos problemas identificados, por exemplo, no Bank of America, instituição que é ainda acusada de "não ter modelos apropriados".

Além das cinco instituições com planos chumbados, as autoridades identificaram ainda falhas nos planos do Goldman Sachs e do Morgan Stanley. Contudo, a Reserva Federal e a agência nacional para a protecção de depósitos não emitiram recomendações conjuntas para que estas instituições revissem os seus planos de crise, adianta o comunicado.

Também o modelo de crise apresentado pelo Citigroup foi considerado insuficiente, mas sem que as autoridades identificassem as falhas que tinham que ser corrigidas.

Cada plano apresentado deve descrever a estratégia dos bancos para uma resolução rápida e ordeira numa situação de insolvência, de modo a evitar que seja o Tesouro a ter que intervir tal como aconteceu no passado.

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