A Cimpor [CIMP] fechou a negociar nos 26 euros (5.213 escudos), a valorizar mais de 7%, numa sessão em que a liquidez reduzida levou a que os particulares aproveitassem para especular sobre o título, apurou o negocios.pt junto de operadores.

«Esta valorização da Cimpor deve-se ao pouco papel que o título está a fazer. Os particulares estão a entrar na Cimpor para especular, aproveitando-se do número reduzido de acções que existem no mercado», explicou um «trader» ao negocios.pt.

No concurso para a privatização da Cimpor, o Estado estipulou um preço mínimo de venda de 30,40 euros (6.095 escudos) por cada título, o que lhe permitirá um encaixe mínimo de 410,51 milhões de euros (82,3 milhões de contos) com a operação.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) investigou recentemente as participações qualificadas na maior cimenteira nacional, e concluiu que a Teixeira Duarte [TXDE], a Lafarge e a Holderbank, violaram o limite de 10% dos direitos de voto no capital da cimenteira.

A Semapa [SEMA], uma das outras interessadas no controlo da Cimpor para garantir a expansão internacional, aguarda uma audiência com o Ministério das Finanças através do presidente Pedro Queiroz Pereira para esclarecer a privatização da Cimpor com Pina Moura. A Semapa detém cerca de 10% na Cimpor.

«Quem está interessado na Cimpor não está vendedor, por isso existem poucas acções no mercado. Recentemente surgiu o rumor de que Pedro Queiroz Pereira se estava a desfazer da sua posição», sustentou outra fonte.

O processo já deu entrada na Procuradoria-Geral da República que irá promover a nulidade das acções acima dos 10%. Como resultado, poderão seguir-se multas até aos 2,50 milhões de euros (500 mil contos).

A Cimpor fechou nos 26 euros (5.213 escudos), com menos de 205 mil títulos transaccionados. A média diária de transacção da cimenteira ronda os 260 mil papéis.