A EDP é a acção portuguesa com melhores perspectivas de valorização no quarto trimestre do ano, suportada pelos movimentos de consolidação no sector, dizem os gestores de fundos portugueses.

A eléctrica recebeu o maior número de votos entre os cinco gestores de fundos nacionais contactados pela Reuters, seguindo-se no lote de "top picks" para o trimestre a Sonaecom e a PT Multimédia, dois títulos envolvidos numa OPA que irá conhecer desenvolvimentos decisivos nos próximos meses.

A EDP regista um ganho de cerca de 10% no espaço de um mês, tendo sido impulsionada nas últimas semanas pelos rumores de fusões e aquisições no sector eléctrico espanhol.

"Em consequência das movimentações no sector a EDP é um dos títulos com melhores perspectivas", refere a equipa do BPI Gestão de Activos.

A Iberdrola referiu recentemente que está a equacionar o que fazer à posição de 9,5% na EDP, o que poderá originar alterações na estrutura accionista da empresa portuguesa nos próximos meses.

Também a notícia da vitória no concurso de atribuição de 1.000 MW de potência eólica dinamizou a cotação da EDP, que até final do ano irá apresentar o seu plano estratégico.

A lista das acções preferidas dos gestores de fundos para o próximo trimestre é diversificada, incluindo títulos como Portugal Telecom, Brisa, Impresa e Mota-Engil.

O desenvolvimento das OPA sobre o BPI e Portugal Telecom, além da valorização da EDP e da entrada em bolsa da Galp deverão dar suporte ao índice PSI20, segundo os gestores de fundos.

"As perspectivas de curto prazo para o PSI20 continuam a ser positivas dado a animação que o mercado poderá continuar a ter com os processos de Fusões e Aquisições", afirma Óscar Escaleira, administrador do BPN gestão de activos.

"Contudo, numa perspectiva de médio prazo há que ter algumas cautelas depois das valorizações recentes que podem obstar a grandes ganhos nas praças internacionais", acrescenta.

Com esta perspectiva, os gestores aconselham os investidores à manutenção do investimento em acções."

"Devem permanecer no mercado em face das colocações próximas de Galp Energia, REN e Portucel, decisões sobre OPA e ainda pela atractividade fundamental de vários títulos", referiu Pedro Pintassilgo, da F&C (gestora do Millennium bcp).