Notícia
É oficial: euro atinge paridade unitária com o dólar
É a primeira vez em 20 anos. No acumulado do ano, a "moeda única" tomba 12% face ao dólar.
A paridade foi atingida após a divulgação dos dados da inflação nos Estados Unidos, que atingiu os 9,1% em junho, o valor mais alto desde 1981.
No acumulado do ano, o euro tomba 12,06% face ao dólar, tendo esta queda sido agravada pela diferença de velocidades entre a Reserva Federal norte-americana (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) na tomada de decisão da subida das taxas de juro e pela crise energética provocada pela guerra na Ucrânia.
"Acreditamos que o aumento dos temores de recessão generalizada tenha sido em grande parte responsável por esta forte desvalorização do euro, com os mercados a refugiarem-se no 'porto seguro' do dólar americano por temores de que o forte aumento da inflação em todo o mundo pesará sobre o crescimento global no segundo semestre de 2022", começa por explicar Matthew Ryan, Head of Market Strategy at Ebury, em declarações ao Negócios.
Além disso, a divergência entre a política monetária levada a cabo pela Fed e pelo BCE é outro fator que terá levado a este fenómeno de paridade, fator este que foi agravado pela divulgação dos dados da inflação nos EUA em junho, o que deu sinais de que o banco central norte-americano poderá endurecer ainda mais a sua política monetária "falcão" para fazer frente ao acelerar do índice de preços.
"Por outro lado, o BCE ficou bem atrás de muitos dos seus principais pares no aumento das taxas de juros, particularmente tem ficado muito atrás da Fed, factor este que tem ajudado a afundar a moeda única", escreve Matthew Ryan.
Os investidores preparam-se agora para um abrandamento da economia tanto na Europa como nos Estados Unidos, com George Saravelos, analista do Deutsche Bank, a prever, em declarações ao Financial Times, uma "recessão iminente nos dois lados do Atlântico". O aviso de uma recessão iminente na Zona Euro também já foi dado pelo banco norte-americano Goldman Sachs.