Notícia
Agência Dagong reduz rating do BES
A agência chinesa de notação financeira reviu em baixa o rating do "bad bank" que nasceu após o resgate do antigo BES e que ficou com os activos tóxicos no seu balanço.
A agência de notação financeira Dagong Europe reviu em baixa a notação do Banco Espírito Santo, anunciou a instituição esta terça-feira, 26 de Agosto.
A filial europeia da agência chinesa reduziu o rating de longo prazo de "B-" para "C". Esta nota é equivalente a "highest credit risk", crédito de elevado risco.
A Dagong considera assim que o BES "está numa posição de iminente incumprimento de crédito nas suas obrigações de dívida", segundo a escala de classificações de crédito da Dagong Europe.
Já na notação de crédito de curto prazo, a agência reduziu a nota de "B" para "C". Ou seja, a capacidade do BES de cumprir as suas obrigações de curto prazo é "questionável e um default é plausível".
A agência também colocou a dívida do BES sob perspectiva negativa, com o risco de poder vir a ser novamente reduzida no futuro.
O antigo Banco Espírito Santo foi dividido em dois quando foi resgatado no início de Agosto por 4,9 mil milhões de euros: o Novo Banco - que ficou com os activos de qualidade - e este BES - um banco mau que ficou com os activos tóxicos no seu balanço.
A solidez financeira individual também diminuiu de "C" para "CCC-", enquanto a avaliação de suporte externo foi alterada de "Low" para "Moderate", National Systemic. O BES anunciou também que "todas as notações do BES subsequentes à diminuição do rating foram retiradas".
A Dagong já tinha revisto em baixa o rating de longo prazo do BES no final de Julho - apenas dois dias antes do BES apresentar prejuízos históricos de 3,5 mil milhões.
A Dagong Europe iniciou a cobertura da qualidade de crédito do Banco Espírito Santo no final de 2013, meses antes do BES vir a ser resgatado pelo Estado português. Então, a notação de longo prazo atribuída ao BES foi de "BB", nota igual à atribuída à dívida da República Portuguesa.
Os contactos entre o BES e a Dagong remontam a 2011. O objectivo do banco então liderado por Ricardo Salgado era preparar caminho para se poder vir a financiar na China.