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CreditSights diz rácios do BCP já não são compatíveis com «rating» da S&P
A CreditSights considera que a notação de risco da Standard & Poor’s para a dívida do Banco Comercial Português (BCP) já não é compatível com os actuais rácios de capital do banco. A firma de Wall Street diz que a evolução do rácio «core» Tier 1 apresento
A CreditSights considera que a notação de risco da Standard & Poor’s para a dívida do Banco Comercial Português (BCP) já não é compatível com os actuais rácios de capital do banco. A firma de Wall Street diz que a evolução do rácio «core» Tier 1 apresentou uma melhoria significativa nos últimos anos.
A agência de notação financeira Standard & Poor’s (S&P), em Março de 2004, reviu em alta o «outlook» para a dívida do BCP de «negativo» para «estável», mantendo o «rating» para a dívida de longo em «A-» e a classificação para o endividamento de curto prazo de «A-2».
Segundo a CreditSights, a adequação dos níveis de capital do banco foi a principal responsável pela revisão em baixa da notação de risco para «A-», mas perante a melhoria apresentada em 2004, a firma de «research» considera que esta classificação parece agora «rigorosa».
Segundo o analista Simon Adamson, o «spread» das obrigações do BCP reduziu-se «significativamente» ao longo de 2004, em linha com o sector da banca na Europa, «mas permaneceu mais elevado do que os congéneres com a mesma notação de risco».
A CreditSights considera que o BCP poderá sofrer mais do que os outros bancos, caso se registe uma fragilidade a nível dos «spreads» do sector, mas defende que «a melhoria da "performance" demonstra que o nível de risco é agora menos significativo».
«A principal fraqueza do BCP nos últimos anos tem sido os níveis de capital, um factor determinante para que a S&P tenha baixado o "rating". Em grande medida, esta fragilidade foi agora corrigida», diz Adamson.
Para a melhoria dos rácios de capital contribuíram a emissão de obrigações convertíveis, em Dezembro de 2002, de 700 milhões de euros; a emissão de acções de 931 milhões, em Março de 2003; a alienação da Seguros & Pensões; a venda de 10% PZU na Polónia; a retenção dos lucros e, finalmente, a operação de securitização inovadora dos créditos às PME, contraída com a casa alemã KfW.
De acordo com a CreditSights, a qualidade do capital Tier 1 «continua abaixo dos congéneres», com as acções preferenciais, no final de 2004, a representarem 28% do total do capital Tier 1. No entanto, Simon Adamson conclui dizendo que o capital «core» Tier 1 (excluindo as acções preferenciais) de 5,8% «representa uma forte melhoria».
Esta tendência levou a CreditSights, no mês passado, a aumentar a recomendação para a dívida do BCP, em forma de obrigações, de «underweight» para «markerweight».
As acções do BCP seguiam a descer 0,98% para os 2,03 euros.