Notícia
Credit Agricole: mercado pode ficar "saturado" de obrigações portuguesas
O mercado pode vir a ficar saturado de obrigações portuguesas à medida e o Governo português necessita de comunicar melhor com o mercado, mostrando que está munido com medidas de austeridade, ou poderão vir a ser necessárias ainda mais, diz o Credit Agricole.
22 de Setembro de 2010 às 12:09
Orlando Green, do Credit Agricole Corporate & Investmente Bank, em entrevista à Bloomberg TV, afirmou que depois dos leilões de hoje, o mercado pode vir a ficar “saturado” de obrigações portuguesas, ao contrário da Irlanda, “que tem sido menos frequente no mercado”.
Green,que falou à Bloomberg antes de Portugal realizar os leilões desta manhã, aguardava um leilão fraco: “Alguns investidores vão de certeza achar o leilão mais atractivo, sobretudo em comparação com há duas semanas atrás. Mas a questão é: irá ser um leilão espectacular? Um leilão muito forte?”.
O IGCP atraiu uma oferta robusta nas duas emissões mas acabou por pagar um juro superior a 6% na emissão com maturidade a 10 anos, sendo que no total das duas emissões, colocou um montante de dívida que ficou em linha com o montante mínimo indicativo de 750 milhões de euros.
Para o analista, Portugal e Irlanda são países com “problemas ligeiramente diferentes, mas ambos igualmente problemáticos, no nosso ponto de vista. A Irlanda em termos de fiabilidade da banca e Portugal em termos do seu défice, e da sua incapacidade de o reduzir como tinha para 7,3%”.
E alerta para o facto de o sector bancário português ter vindo a ficar cada vez mais dependente do apoio e dinheiro do Banco Central Europeu, o que levará a que o mercado fique cada vez mais “nervoso”. “Esses dois países em especifico são preocupantes pois precisam de comunicar mais com o mercado”.
Green acredita que a comunicação é a chave para quebrar o ciclo vicioso entre o aumento da divida e do défice. “O Governo [português] tem de ser muito pró-activo em termos de comunicação para o mercado, de comunicar que possuem medidas [de austeridade] e que têm mais a vir. É tudo sobre comunicação e fluxos de informação. E se o Governo se atrasa muito na comunicação com o mercado, então a situação só vai ficar pior”.
De facto, é possível que sejam necessárias ainda mais destas medidas de austeridade para o país, pois é “preciso ver mais austeridade nos números”. Apesar do anúncio de mais medidas de austeridade em Maio, “se calhar algumas das medidas ainda não estão em plena aplicação e ainda não afectaram os números. Por isso, precisamos de ver nos próximos dois meses os efeitos das medidas. E se nessa altura ainda não os virmos, precisam claramente de mais medidas”, afirmou o analista.
Green,que falou à Bloomberg antes de Portugal realizar os leilões desta manhã, aguardava um leilão fraco: “Alguns investidores vão de certeza achar o leilão mais atractivo, sobretudo em comparação com há duas semanas atrás. Mas a questão é: irá ser um leilão espectacular? Um leilão muito forte?”.
Para o analista, Portugal e Irlanda são países com “problemas ligeiramente diferentes, mas ambos igualmente problemáticos, no nosso ponto de vista. A Irlanda em termos de fiabilidade da banca e Portugal em termos do seu défice, e da sua incapacidade de o reduzir como tinha para 7,3%”.
E alerta para o facto de o sector bancário português ter vindo a ficar cada vez mais dependente do apoio e dinheiro do Banco Central Europeu, o que levará a que o mercado fique cada vez mais “nervoso”. “Esses dois países em especifico são preocupantes pois precisam de comunicar mais com o mercado”.
Green acredita que a comunicação é a chave para quebrar o ciclo vicioso entre o aumento da divida e do défice. “O Governo [português] tem de ser muito pró-activo em termos de comunicação para o mercado, de comunicar que possuem medidas [de austeridade] e que têm mais a vir. É tudo sobre comunicação e fluxos de informação. E se o Governo se atrasa muito na comunicação com o mercado, então a situação só vai ficar pior”.
De facto, é possível que sejam necessárias ainda mais destas medidas de austeridade para o país, pois é “preciso ver mais austeridade nos números”. Apesar do anúncio de mais medidas de austeridade em Maio, “se calhar algumas das medidas ainda não estão em plena aplicação e ainda não afectaram os números. Por isso, precisamos de ver nos próximos dois meses os efeitos das medidas. E se nessa altura ainda não os virmos, precisam claramente de mais medidas”, afirmou o analista.