Notícia
Confederação da Indústria Britânica pede a Governo "normalização" de relações com UE
Perante a ameaça do primeiro-ministro, Boris Johnson, de invocar o artigo que suspende a aplicação de certas provisões, o grupo diz rejeitar a medida.
24 de Novembro de 2021 às 09:04
O presidente da Confederação da Indústria Britânica (CBI), a maior organização empresarial britânica, Karan Bilimoria, apelou a que o Governo "normalize" as relações com a União Europeia (UE) e não suspenda o acordo pós-'Brexit' na Irlanda do Norte.
Perante a ameaça do primeiro-ministro, Boris Johnson, de invocar o artigo 16.º do Protocolo da Irlanda do Norte do Acordo de Saída da UE, que suspende a aplicação de certas provisões, Bilimoria disse que as empresas da CBI rejeitam esta medida.
"Os nossos membros da Irlanda do Norte dizem-nos muito claramente que querem seguir em frente, querem normalizar as relações e que farão o que for preciso para ajudar", afirmou Bilimoria aos jornalistas no terceiro e último dia do congresso da CBI.
Na sua opinião, o Governo "não deve tocar no Artigo 16".
O acordo para o 'Brexit' negociado antes de o Reino Unido deixar a UE no final de 2020 deixou aquele território na prática dentro do mercado único europeu para manter uma fronteira aberta na ilha da Irlanda, um pilar fundamental do processo de paz da Irlanda do Norte.
O resultado foi uma nova fronteira aduaneira no mar da Irlanda para mercadorias que entram na Irlanda do Norte vindas do resto do Reino Unido, embora façam parte do mesmo país.
O aumento de burocracia afetou empresas e o abastecimento de certos produtos, o que levou Londres a exigir uma alteração dos controlos aduaneiros, ameaçando suspender o Protocolo.
Desde então, o Governo britânico tem estado num impasse com Bruxelas, decorrendo esta semana uma sexta ronda de negociações.
Membro sem filiação partidária da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento britânico, e um dos fundadores da cerveja Cobra, Bilimoria reconheceu que era esperado um "período de adaptação" para cidadãos e empresas após o 'Brexit'.
Mas defendeu que o Governo deve usar o Acordo de Comércio negociado posteriormente para tentar aprofundar as relações económicas com a UE, por exemplo, no setor dos serviços financeiros e no reconhecimento de qualificações profissionais.
Quanto ao impacto nas empresas, afirmou que a saída da UE resultou numa escassez de mão de obra em todos os setores económicos, situação agravada pela pandemia de covid-19.
O atual sistema de imigração dificulta o recrutamento de europeus e só admite a entrada de profissionais para áreas identificadas e com contrato garantido, além de exigir requisitos como conhecimentos mínimos de inglês.
A CBI propõe a criação de uma comissão consultiva para a imigração, com economistas e empresários, que recomende ao Executivo profissões nas quais há necessidade de trabalhadores, para poderem ser emitidos vistos temporários.
"É disso que precisamos, para termos acesso à força de trabalho de que precisamos como economia e como empresas. Precisamos olhar para frente", defendeu Bilimoria.
As relações com o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, têm estado tensas não só devido ao impacto do 'Brexit, mas também devido ao aumento de impostos.
A CBI representa 190.000 empresas de várias dimensões e setores, que empregam, no conjunto, cerca de sete milhões de pessoas, o que equivale a cerca um terço dos funcionários do setor privado.
No discurso de encerramento do congresso, o presidente da organização vai propor uma maior aproximação, por exemplo criando um comité conjunto de emergência para a recuperação económica pós-pandemia.
"O que precisamos é parar de aumentar os impostos e concentrarmo-nos em aumentar o investimento", defende Karan Bilimoria.
Perante a ameaça do primeiro-ministro, Boris Johnson, de invocar o artigo 16.º do Protocolo da Irlanda do Norte do Acordo de Saída da UE, que suspende a aplicação de certas provisões, Bilimoria disse que as empresas da CBI rejeitam esta medida.
Na sua opinião, o Governo "não deve tocar no Artigo 16".
O acordo para o 'Brexit' negociado antes de o Reino Unido deixar a UE no final de 2020 deixou aquele território na prática dentro do mercado único europeu para manter uma fronteira aberta na ilha da Irlanda, um pilar fundamental do processo de paz da Irlanda do Norte.
O resultado foi uma nova fronteira aduaneira no mar da Irlanda para mercadorias que entram na Irlanda do Norte vindas do resto do Reino Unido, embora façam parte do mesmo país.
O aumento de burocracia afetou empresas e o abastecimento de certos produtos, o que levou Londres a exigir uma alteração dos controlos aduaneiros, ameaçando suspender o Protocolo.
Desde então, o Governo britânico tem estado num impasse com Bruxelas, decorrendo esta semana uma sexta ronda de negociações.
Membro sem filiação partidária da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento britânico, e um dos fundadores da cerveja Cobra, Bilimoria reconheceu que era esperado um "período de adaptação" para cidadãos e empresas após o 'Brexit'.
Mas defendeu que o Governo deve usar o Acordo de Comércio negociado posteriormente para tentar aprofundar as relações económicas com a UE, por exemplo, no setor dos serviços financeiros e no reconhecimento de qualificações profissionais.
Quanto ao impacto nas empresas, afirmou que a saída da UE resultou numa escassez de mão de obra em todos os setores económicos, situação agravada pela pandemia de covid-19.
O atual sistema de imigração dificulta o recrutamento de europeus e só admite a entrada de profissionais para áreas identificadas e com contrato garantido, além de exigir requisitos como conhecimentos mínimos de inglês.
A CBI propõe a criação de uma comissão consultiva para a imigração, com economistas e empresários, que recomende ao Executivo profissões nas quais há necessidade de trabalhadores, para poderem ser emitidos vistos temporários.
"É disso que precisamos, para termos acesso à força de trabalho de que precisamos como economia e como empresas. Precisamos olhar para frente", defendeu Bilimoria.
As relações com o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, têm estado tensas não só devido ao impacto do 'Brexit, mas também devido ao aumento de impostos.
A CBI representa 190.000 empresas de várias dimensões e setores, que empregam, no conjunto, cerca de sete milhões de pessoas, o que equivale a cerca um terço dos funcionários do setor privado.
No discurso de encerramento do congresso, o presidente da organização vai propor uma maior aproximação, por exemplo criando um comité conjunto de emergência para a recuperação económica pós-pandemia.
"O que precisamos é parar de aumentar os impostos e concentrarmo-nos em aumentar o investimento", defende Karan Bilimoria.