Notícia
Combustíveis subiram na Galp mais do que na BP e Repsol (act.)
O agravamento da fiscalidade sobre os preços dos combustíveis já está a fazer-se sentir nos valores cobrados nos postos de abastecimento, mas não na totalidade. Na BP e Repsol, as subidas são menores porque apenas contabilizam uma parte das taxas.
Os preços dos combustíveis já subiram nos postos de abastecimento nacionais. Desde as zero horas deste primeiro dia do novo ano, reflectindo uma parte do agravamento da fiscalidade que recai sobre a gasolina e o gasóleo, registaram-se aumentos que vão desde os 2,5 até quatro cêntimos por litro. Na Galp Energia os preços aumentaram mais do que nos posto da BP ou da Repsol, mas nestes últimos falta ainda o impacto da Fiscalidade Verde.
Na Galp Energia, a gasolina subiu em 3,9 cêntimos de 1,359 euros para 1,398 euros, de acordo com os dados apresentados pela Direcção Geral de Energia e Geologia. O litro do "diesel" ficou quatro cêntimos mais caro, passando de 1,194 para 1,234 euros, nos postos de abastecimento da empresa liderada por Ferreira de Oliveira.
Na BP e Repsol os aumentos na gasolina foram de 2,5 cêntimos com os valores de comercialização a subirem para 1,384 e 1,379 euros, respectivamente, enquanto no caso do "diesel" o aumento foi de três cêntimos com os valores de venda ao público a subirem para 1,214 euros nos postos de ambas.
Os aumentos registados nos postos da Galp Energia reflectem o agravamento da Contribuição para o Sector Rodoviário previsto no Orçamento do Estado para 2015, que equivale a dois cêntimos por litro, servindo para financiar a Estradas de Portugal. Sobre este recai depois o IVA a 23%, o que dá um resultado líquido de 2,46 cêntimos. A taxa de carbono representa um acréscimo de mais 1,5 cêntimos líquidos.
Esta taxa de carbono, resultante da reforma da Fiscalidade Verde não foi aplicada neste primeiro dia do ano pela BP e a Repsol, sabe o Negócios. Daí as diferenças registadas nas revisões de valores de comercialização face à Galp Energia. Comum a todas é o facto de ainda nenhuma incluir nesta actualização o custo adicional relativo ao aumento dos biocombustóveis na gasolina e gasóleo.
Subia quatro, cinco ou seis?
Além da Contribuição para o Sector Rodoviário e da reforma da Fiscalidade Verde, os preços dos combustíveis deveriam também reflectir o aumento da componente dos biocombustíveis na gasolina e no gasóleo. Esse impacto gerou uma "guerra de palavras" entre as petrolíferas e o Governo, com as primeiras a falarem num aumento total de cinco a seis cêntimos e o Governo a apontar para um aumento global de apenas quatro.
Os preços subiram, no máximo, quatro cêntimos, mas isto porque terá ficado a faltar o impacto do aumento da incorporação de biocombustíveis. O previsto é que o peso dos biocombustíveis suba de 5,5% para 7,5% no litro do gasóleo, sendo que esta componente passará também a ser aplicada no caso da gasolina (na mesma proporção). Tal incorporação levaria a uma subida de dois cêntimos na gasolina e 1,5 cêntimos no gasóleo, o que não se verificou porque as gasolineiras não conseguem aplicar as metas definidas pelo Governo.
Para que seja cumprida a meta, são precisos biocombustíveis diferentes daqueles que existem em Portugal, segundo apurou o Negócios. Têm de ser importados e, para tal, é necessário que sejam emitidas licenças de importação desses produtos por parte do Governo, algo que não aconteceu até agora. Dessa forma, os preços não reflectem ainda este impacto. Mas deverão reflecti-lo mais tarde.
(Notícia actualizada para explicar a diferença das subidas de preços)