A Cofina, empresa de media que detém o Negócios, subiu esta quinta-feira mais de 20% em bolsa, com os investidores a reagirem à notícia que dá conta da sua entrada no PSI-20 a 24 de Setembro.

A companhia de Paulo Fernandes (na foto) terminou a sessão com um ganho de 22,22% para negociar nos 0,44 euros. Foi a maior valorização desde 24 de Fevereiro de 2005. Durante o dia, os títulos chegaram a tocar nos 0,47 euros, o preço por acção mais elevado desde 13 de Maio. A Cofina terminou a sessão com uma capitalização bolsista de 45,1 milhões de euros.

A Euronext anunciou, no final da tarde de quarta-feira, que a Cofina vai integrar o PSI-20 a 24 de Setembro, na revisão extraordinária de Setembro, juntamente com o Banif, de modo a substituir as posições deixadas vagas pela Cimpor e pela Brisa, que saíram do índice de referência da praça de Lisboa na sequência de ofertas públicas de aquisição.

Os analistas do BPI Equity Research consideram que a notícia tem um impacto “positivo” para a Cofina e para o Banif, “dado que lhes dará uma maior visibilidade para um eventual investimento e, ao mesmo tempo, terão um impacto positivo na sua liquidez”.

Foram negociados 88.505 títulos da Cofina, o que compara com uma média diária, nos últimos seis meses, de 63.153 acções. É o volume mais alto desde 17 de Julho. Na sessão de quarta-feira, não foram transaccionadas quaisquer acções da dona de publicações como o Negócios e o “Correio da Manhã”.

Banif mantém-se inalterado com decisão já estimada

No caso do Banif, a reentrada do PSI-20, depois da saíde em Março, já era expectável e os títulos não foram impulsionados. O facto de o processo de capitalização não estar ainda definido e só ser concluído em Setembro traz incertezas para a acção.

Os títulos do banco presidido por Jorge Tomé encerraram inalterados nos 0,16 euros, tendo até chegado a cair para os 0,15 euros durante a sessão. Ao preço do fecho dos mercados, o Banif tem um valor de mercado de 91,2 milhões de euros. Foram negociados esta sessão 288.528 títulos da cotada, acima da média diária de 180.980 acções.

Novabase cai 5% ao ficar fora do PSI-20

Para a Novabase, a decisão de não entrar naquela que é a principal montra da bolsa nacional é “neutral a negativa”, para os analistas da casa de investimento do BPI.

As acções da tecnológica caíram 4,59% e encerraram nos 1,87 euros, tendo caído mais de 5% durante a sessão. A descida acontece depois de ter avançado com a expectativa de entrada na bolsa. A Novabase apresenta uma capitalização bolsista de 58,7 milhões de euros.

“Esta decisão poderá ter um impacto negativo no curto prazo já que a empresa [Novabase] era uma das candidatas a integrar o índice”, indicam os especialistas Pedro Pinto Oliveira e João Urbano.

A entrada da tecnológica liderada por Paulo Salvado (na foto) era prevista pelos agentes de mercado, mas as transacções fora da bolsa acabaram por trocar as voltas a essa expectativa dada a liquidez da cotada. A Euronext explicou quinta-feira ao Negócios que a Cofina entra no PSI-20, em vez da tecnológica, devido à “liquidez regulada”, isto é, a liquidez que tem em conta os negócios que são concretizados, igualmente, fora da bolsa.

Apesar da média dos últimos seis meses de 20.722 acções por sessão, a Novabase negociou esta sexta-feira um total de 64.867 títulos. A empresa tinha disparado na expectativa de que viesse a integrar o índice. Algo que não vai acontecer nesta revisão de Setembro.