Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Buffett está a perder dinheiro mas mostra-se optimista porque compra "para sempre"

"Tenham medo quando os outros estiverem ganaciosos. Sejam gananciosos quando os outros tiverem medo". Este é um dos famosos conselhos do investidor Warren Buffett. Tinha 21 anos quando o deu. E provou estar certo, pois hoje ele é, segundo a revista "Forbes", o homem mais rico dos Estados Unidos.

Carla Pedro cpedro@negocios.pt 11 de Fevereiro de 2009 às 13:39
“Tenham medo quando os outros estiverem ganaciosos. Sejam gananciosos quando os outros tiverem medo”. Este é um dos famosos conselhos do investidor Warren Buffett. Tinha 21 anos quando o deu. E provou estar certo, pois hoje ele é, segundo a revista “Forbes”, o homem mais rico dos Estados Unidos.

Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway, gosta de dizer que o seu período de tempo favorito para deter uma acção é “para sempre”. E ainda bem que assim é, graceja a Bloomberg, já que os seus investimentos mais recentes não lhe estão a render dinheiro no curto prazo.

O multimilionário de 78 anos tem apostado nos últimos dois anos em empresas como a Kraft Foods, Johnson & Johnson e ConocoPhillips. Depois da queda de 38% do Standard & Poor’s, no ano passado, estes títulos estão entre os que valem agora menos do que aquilo que Buffett pagou por eles ao integrá-los na carteira de participações da Berkshire Hathaway, salienta a Bloomberg.

O homem a quem foi dada a alcunha de “Oráculo de Omaha” - localidade onde tem sede a empresa a que preside (em dia de Assembleia Geral da Berkshire Hathaway, são milhares os accionistas que se reúnem para o ouvir e o evento é já conhecido como “Woodstock dos Capitalistas”) – diz aos seus “acólitos” que avalia as empresas com base na sua estabilidade, na sua vantagem competitiva e naquilo que ele pensa que elas valerão no futuro, em vez de tentar identificar o momento em que as acções estão ao preço mais baixo para as comprar.

Buffett tem de comunicar trimestralmente às autoridades reguladoras norte-americanas todas as alterações na carteira de acções da Berkshire. A última declaração, que abrange os três últimos meses de 2008, deverá ser entregue no final desta semana, refere a Bloomberg, sublinhando que as quedas das acções onde está investido sugere que ele poderia ter esperado um pouco mais antes de as comprar. “Ele comprou demasiado cedo”, comentou o presidente da YCMNet Advisors, Michael Yoshikami, que acha que Buffett nunca pensou que a crise pudesse agravar-se tanto.


Berkshire realizou más aquisições em 2008

O investidor comunicou que nos primeiros nove meses de 2008 a Berkshire gastou 9,45 mil milhões de dólares na aquisição de acções em empresas como a Eaton, Ingersoll-Rand e U.S. Bancorp. Todas elas estão de momento em maus lençóis, salienta a Bloomberg.

Mas apesar de os lucros da Berkshire terem caído durante quatro trimestres consecutivos, Buffett não se deixa desmoralizar. O investidor afirma que a maioria das grandes empresas vai estar a registar lucros recorde dentro de 5, 10 e 20 anos.

“Um dia, estava a apresentar o meu programa sobre notícias da área financeira, quando olhei para a câmara e anunciei aos espectadores: ‘o investidor multimilionário Warren Buffett adquiriu uma participação numa empresa israelita. Será agora altura de você encarar as empresas israelitas como um bom investimento?’ Se Warren Buffett estivesse a assistir, poderia ter-se rido às gargalhadas ou, pelo menos, sorrido. Agora estou segura de saber porquê. Se há uma coisa que aprendi nos meus oito anos como apresentadora e jornalista de um programa sobre notícias da área financeira, é que Warren Buffett compra empresas. Ele não compra sectores, ideias ou tendências. Se está a ponderar comprar uma empresa – ou uma participação numa empresa – ele irá escolhê-la como um miúdo sentado numa cave com um velho rádio transmissor, que tenta descobrir como funcionam todos os fios e peças minúsculas. Warren Buffett não comprou aquela empresa israelita por acreditar que Israel era a ‘próxima grande oportunidade’.Comprou-a porque aquela empresa em particular encaixava na sua fórmula. E que fórmula!”.

É assim que, no seu livro intitulado “Os melhores conselhos de investimento que recebi”, Liz Claman, jornalista e “pivot” da Fox Business Network, introduz Buffett.

O investidor construiu a Berkshire Harhaway ao longo de quatro décadas, a partir de uma fabricante têxtil que tinha entrado em processo de falência, transformando-a numa poderosa empresa com uma enorme diversificação das áreas de negócio, desde os seguros ao fabrico de doçaria.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio