O Brasil quer integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e pretende começar a extrair crude dos novos campos a partir de 2010, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à revista alemã "Der Spiegel".

"Queremos começar os testes de prospecção em Março e começar a extrair petróleo em 2010", afirmou Lula da Silva. "O Brasil tornar-se-á, assim, um grande exportador de crude. Pretendemos integrar a OPEP e tentar fazer descer os preços", acrescentou, citado pela Reuters.

Na entrevista, o presidente disse ainda que a Europa deveria deixar a produção de biocomubustíveis para outros países e rejeitou as críticas de que o cultivo de cana prejudica os produtos destinados à alimentação, especialmente os cereais, refere o "Estadão".

Recorde-se que Haroldo Lima, director da ANP, anunciou em Abril que o campo Carioca poderia conter 33 mil milhões de barris de crude. A ser verdade, poderá ser o terceiro maior campo petrolífero da História, depois do campo de Ghawar na Arábia Saudita e do Burgan no Koweit.

A Galp Energia tem uma participação no campo de Tupi, integrado na região da Bacia de Santos, tal como o Carioca.

Entra o Brasil e sai a Indonésia?

Entretanto, a Indonésia – único membro da OPEP no Sudeste asiático – poderá abandonar o cartel no próximo ano, uma vez que a menor produção o tornou um grande importador de petróleo. "Estamos a estudar essa opção", disse o ministro indonésio da Energia, Purnomo Yusgiantoro, citado pela Bloomberg. A decisão de só abandonar a organização em 2009 deve-se ao facto de já ter pago as suas quotas de membro para este ano. Aquele país está a pensar ficar fora da OPEP enquanto a sua produção se mantiver abaixo de um milhão de barris por dia.

A OPEP foi fundada em 1960 e é actualmente constituída pela Arábia Saudita, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Indonésia, Iraque, Irão, Koweit, Líbia, Nigéria, Qatar, Venezuela, Equador e Angola. O Equador tinha entrado em 1973, saiu em 1992 e reentrou em 2007, aquando da entrada de Angola. O Gabão já fez parte da OPEP, mas deixou o cartel em 1995.