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BPI ganha 15% em quatro dias
Desde que a administração do BPI apresentou uma solução para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, as acções do banco já subiram 11,5%. Acumulam, assim, mais de 15% nos últimos quatros dias.
Esta quarta-feira, 30 de Setembro, após o fecho do mercado, o banco apresentou uma solução para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, que passa por entregar o Banco de Fomento Angola aos seus accionistas. No dia seguinte, ou seja esta quinta-feira, os títulos chegaram a subir 8,69% e superaram, pela primeira vez desde 21 de Agosto, 1 euro por acção.
O BPI pretende entregar aos seus accionistas a maioria do capital do Banco de Fomento Angola, além de outros interesses no sector financeiro africano, para respeitar as exigências do Banco Central Europeu. Na prática, o banco vai transferir para uma nova empresa, cujos accionistas serão os investidores que têm acções do BPI, 50,1% do BFA, 30% do BCI, 100% do BPI Moçambique e outros activos de suporte daquelas unidades de negócio. E, de seguida, entregará aos seus accionistas as acções desta empresa, na proporção das suas posições no BPI. A nova empresa será cotada na Euronext Lisbon e terá um capital de 46 milhões de euros.
Desta forma, a administração liderada por Fernando Ulrich pretende "solucionar a ultrapassagem do limite dos grandes riscos" em Angola, devido à carteira de obrigações do Tesouro angolano detida pelo BFA e às aplicações que a instituição tem no Banco Nacional de Angola, adianta o BPI em comunicado.
Esta solução está agora nas mãos de Isabel dos Santos. A segunda maior accionista da instituição liderada por Fernando Ulrich (com 18,6%) tem poder para vetar o projecto de cisão, já que a operação tem de ser aprovada por uma maioria de dois terços dos votos expressos em assembleia-geral.
A posição da empresária angolana face à solução desenhada pelo BPI não é conhecida, desconhecendo-se também se o seu representante apoiou esta decisão na reunião da administração. No entanto, o Negócios já noticiou que Isabel dos Santos manifestou interesse em adquirir uma participação minoritária no BFA, o que, em determinadas circunstâncias, é uma forma alternativa de o banco de Fernando Ulrich resolver o problema em Angola.