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BPI ganha 15% em quatro dias

Desde que a administração do BPI apresentou uma solução para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, as acções do banco já subiram 11,5%. Acumulam, assim, mais de 15% nos últimos quatros dias.

Bruno Simão/Negócios
02 de Outubro de 2015 às 09:57
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As acções do BPI negoceiam em terreno positivo pela quarta sessão consecutiva. Acumulam, neste período, uma subida de 15% e negoceiam, nesta altura, acima de 1 euro por acção. 

Esta quarta-feira, 30 de Setembro, após o fecho do mercado, o banco apresentou uma solução para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, que passa por entregar o Banco de Fomento Angola aos seus accionistas. No dia seguinte, ou seja esta quinta-feira, os títulos chegaram a subir 8,69% e superaram, pela primeira vez desde 21 de Agosto, 1 euro por acção.

Hoje, as acções do banco liderado por Fernando Ulrich continuam a negociar em alta, tendo já valorizado 3,63%. As acções seguem agora a ganhar 3,34% para 1,053 euros. Em pouco mais de uma hora de negociação já trocaram de mãos mais de 1,9 milhões de acções, quando a média diária dos últimos seis meses é 1,6 milhões.

O BPI pretende entregar aos seus accionistas a maioria do capital do Banco de Fomento Angola, além de outros interesses no sector financeiro africano, para respeitar as exigências do Banco Central Europeu. Na prática, o banco vai transferir para uma nova empresa, cujos accionistas serão os investidores que têm acções do BPI, 50,1% do BFA, 30% do BCI, 100% do BPI Moçambique e outros activos de suporte daquelas unidades de negócio. E, de seguida, entregará aos seus accionistas as acções desta empresa, na proporção das suas posições no BPI. A nova empresa será cotada na Euronext Lisbon e terá um capital de 46 milhões de euros.

Desta forma, a administração liderada por Fernando Ulrich pretende "solucionar a ultrapassagem do limite dos grandes riscos" em Angola, devido à carteira de obrigações do Tesouro angolano detida pelo BFA e às aplicações que a instituição tem no Banco Nacional de Angola, adianta o BPI em comunicado.

Esta solução está agora nas mãos de Isabel dos Santos. A segunda maior accionista da instituição liderada por Fernando Ulrich (com 18,6%) tem poder para vetar o projecto de cisão, já que a operação tem de ser aprovada por uma maioria de dois terços dos votos expressos em assembleia-geral.

 

A posição da empresária angolana face à solução desenhada pelo BPI não é conhecida, desconhecendo-se também se o seu representante apoiou esta decisão na reunião da administração. No entanto, o Negócios já noticiou que Isabel dos Santos manifestou interesse em adquirir uma participação minoritária no BFA, o que, em determinadas circunstâncias, é uma forma alternativa de o banco de Fernando Ulrich resolver o problema em Angola.

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