As principais bolsas europeias registaram a queda mais acentuada do último mês, penalizadas pelas fracas vendas da Tesco, pela diminuição dos lucros da Hypo Real Estate Holding e por indicadores económicos que apontam para o abrandamento do crescimento económico na Europa e nos Estados Unidos.

A forte queda das cotações do petróleo também esteve a penalizar os títulos das energéricas.

A Tesco, que é a maior retalhista britânica, caiu para o nível mais baixo de quatro meses em Londres, ao perder 2,9% para 408 pence. As vendas da retalhista nas lojas abertas há pelo menos um ano aumentaram 3,1% no período de seis semanas terminado a 5 de Janeiro, excluindo a gasolina. Esse valor ficou abaixo do crescimento de 4,1% do terceiro trimestre e dos 4% previstos pelos analistas inquiridos pela Bloomberg.

O Burberry Group, que fabrica as malas de mão Knight, perdeu 16% depois de anunciar que os lucros de 2007 poderão não preencher as expectativas dos analistas.

A Hypo, empresa alemã de concessão de empréstimos para imobiliário comercial, desceu 36% pela primeira vez na sua história, arrastando consigo as empresas de serviços financeiros. A Hypo anunciou que os seus lucros antes de impostos desceram 27% em 2007 e que vai reduzir os seus dividendos.

"Os dados económicos dos EUA, que denunciam uma recessão no consumo, bem como as notícias da Hypo, contribuíram para intensificar a crise de confiança", comentou à Bloomberg o estratega Carsten Klude, da M.M. Warburg & Co.

O Dow Jones Stoxx50 encerrou em baixa de 2,27%, nos 3.458,77 pontos.

Em Madrid, o Ibex [ibex] encerrou a perder 3,37% , fixando-se em 13.945,20 pontos. O Banco Santander, a Telefónica e o BBVA foram as empresas que mais contribuíram para a tendência negativa.

O DAX [dax] registou uma desvalorização de 2,14% no fecho, ao estabelecer-se em 7.566,38 pontos. A Hypo Real Estate, a Daimler e o Commerzbank foram as acções que mais contribuíram para as perdas do índice da Bolsa de Frankfurt.

Na praça londrina, o Footsie encerrou a cair 3,06%, estabelecendo-se em 6.025,60 pontos. Os títulos que mais influenciaram a tendência foram a BP, o HSBC e o Royal Bank of Scotland.

Em Paris, o CAC-40 [cac] fechou em 5.250,82 pontos, um decréscimo de 2,83% face à véspera. A Total e a Sanofi-Aventis foram os títulos que mais pesaram neste movimento de desvalorização do índice.

O AEX [aex] fixou-se em 470,54 pontos, com uma cedência de 2,93%. A Royal Dutch Shell e a ArcelorMittal foram as acções que mais influenciaram a "performance" negativa do índice de Amesterdão.