A bolsa nacional encerrou hoje em alta, num dia marcado por valorizações expressivas em empresas como a Altri, a Mota-Engil e o Banif. Com a EDP a ganhar mais de 1%, o PSI-20 subiu 0,38%, acompanhando a tendência dos congéneres europeus.

O principal índice da bolsa nacional [psi20] somou para os 10.460,42 pontos, num dia em que das 20 cotadas 10 subiram, oito caíram e duas ficaram inalteradas. A liquidez da bolsa nacional voltou a superar os 150 milhões de euros.

As principais bolsas europeias beneficiaram do relatório da inflação norte-americana. Os preços no consumidor caíram, o que está a diminuir as preocupações em relação a uma nova subida de juros por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

A negociação bolsista acaba por beneficiar destas indicações, pois caso os juros voltem a subir as empresas vêem os seus custos aumentar e há receio que as contas das companhias sejam afectadas por esta evolução.

A contribuir para o ganho do PSI-20 estiveram as acções da Energias de Portugal (EDP) [edp], que subiu hoje 1,17% para os 3,47 euros, depois de ontem a Morgan Stanley ter revisto em alta o preço-alvo para as acções da eléctrica em 20% para 4,10 euros. A casa de investimento diz ter ficado segura de que os objectivos da eléctrica vão ser cumpridos, o que justifica a revisão em alta.

O Banco Comercial Português (BCP) [bcp] avançou 0,79% para os 2,54 euros, no dia em que a Lisbon Brokers reviu em alta o preço-alvo do banco para os 3,00 euros, recomendando uma forte compra das acções. A casa está a prever uma quebra nos lucros do terceiro trimestre para os 162,1 milhões. O BPI, que abre a época dos resultados da banca, deverá também anunciar uma descida nos lucros face ao trimestre anterior.

As acções do Banco BPI [bpin] subiram 0,34% para os 5,92 euros, uma tendência não partilhada pelo Banco Espírito Santo (BES) [besnn] que cedeu 0,08% para os 12,39 euros.

A evitar maiores ganhos esteve a Portugal Telecom (PT) [ptc] com uma descida de 0,61% para os 9,79 euros depois de ontem o presidente da Sonaecom, Paulo Azevedo, ter fechado as portas a uma revisão em alta do preço da OPA. As acções da Sonaecom [snc] encerraram a perder 0,38% para os 5,23 euros.

A Mota-Engil [egl] também foi determinante para a evolução do índice nacional ao ganhar 3,64% para os 4,84 euros, depois de ter chegado a subir 4,5%. A valorização das acções da construtora está relacionada com o anúncio feito ontem pela Mota-Engil. A empresa lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Tertir e a Ternor. A contrapartida pela Tertir foi fixada entre os 7,00 e 11,73 euros por acção, e pela Ternor o preço de compra está entre 9,00 e 17,84 euros por título. As acções destas duas empresas não chegaram a negociar, tendo estado toda a sessão em consolidação de ofertas.

Um operador contactado pelo Jornal de Negócios Online considera que a operação, a nível estratégico, é boa porque a Mota-Engil passará a ser um grande "player" na concessão de portos marítimos e em termos financeiros é uma operação que faz sentido.

A Brisa [brisa] avançou 0,23% para os 8,70 euros no dia em que o Governo anunciou que vai introduzir portagens em três Scuts já em 2007. Em questão estão as auto-estradas em regime de portagem virtual do Norte Litoral (até Viana do Castelo), da Costa da Prata e do Grande Porto. A Scut do Algarve, apesar de não ser portajada, vai ser ainda alvo de um estudo mais detalhado.

Esta notícia é positiva para a concessionária de auto-estradas, pois vê assim reduzir a concorrência de troços sem portagens.

A Altri [altr] também esteve em destaque, encerrando o dia a subir 4,34% para os 3,85 euros, depois de ter somado mais de 7% para 3,95 euros, o valor mais elevado desde que negoceia em bolsa (Março de 2005).

O Banif [banin] chegou a disparar mais de 9% para os 28,99 euros, fechando o dia a somar 7,25% para os 28,42 euros. As acções reagiram ao anúncio feito ontem pelo banco de que a partir de 23 de Outubro, por cada título detido, os accionistas vão passar a ter cinco acções. Além disso, a probabilidade de entrar para o PSI-20 também está a impulsionar o papel.