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Bitcoin dispara quase 200% desde os mínimos de março para máximos de um ano

A cotação da criptomeoda tem disparado com a recuperação nos mercados em todo o mundo. Este ano acumula uma valorização superior a 60%.

Reuters
12 de Agosto de 2020 às 14:12
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A bitcoin está a surfar a crista da onda este ano, tendo valorizado 192,77% desde os mínimos tocados no dia 13 de março para superar os 11.500 dólares. No início desta semana chegou mesmo a ultrapassar a barreira dos 12.000 dólares, um máximo desde agosto do ano passado. 

Apesar da volatilidade inerente à moeda, tem conseguido apresentar uma tendência linear de subida deste os mínimos em março, quando a pandemia levou ao tapete os mercados a nível global. Nesse período, a bitcoin chegou mesmo a desvalorizar 50% apenas em dois dias.

Agora, a criptomoeda mais famosa do mundo está a negociar bem acima da média móvel de 90 e 200 dias (representadas no gráfico a cor de laranja e azul, respetivamente), dando a entender que os próximos tempos podem trazer novos ganhos. Ainda assim, este nem sempre é um indicador certo, porque tem por base o historial de negociação e não a antecipação futura. 



A promover esta subida poderá estar o sentimento negativo de que o dólar dos Estados Unidos tem sido vítima. De acordo com James Putra, analista da TradeStation Crypto, a criptomoeda tem beneficiado com a fraqueza do dólar. "É um voo para um terreno seguro", explica à CNN. 

Mas esta segurança deverá ser olhada com precaução, adianta o analista. Isto porque a volatilidade da bitcoin é bastante conhecida. No mesmo ano, o seu valor já variou entre os 3.914,70 dólares atingidos em março deste ano e os 12.078,97 dólares tocados durante o fim-de-semana. A cotação média deste ano está nos 8.743,96 dólares por unidade. 

Em outubro do ano passado, Eduardo Silva, diretor da corretora XTB, disse ao Negócios que à imagem do ouro, por exemplo, "a bitcoin pode ser um ativo que os investidores procuram quando o mercado está mais incerto" e que nos últimos anos tem-se "assistido a um aumento da correlação com o aumento da incerteza a nível mundial".

As criptomoedas assumiram uma tendência positiva no ano anterior, com alguns analistas e entusiastas de ativos digitais a sugerirem que podem beneficiar com a sua condição de refúgio, numa altura em que o número de mortes associadas ao coronavírus continua a aumentar, sem sinais de abrandamento. Este ano, a bitcoin acumula um ganho de cerca de 61%.

Mike McGlone, analista da Bloomberg, prevê um ano positivo para os mercados de criptomoedas: "à imagem do ouro, também a bitcoin deve prolongar um ciclo positivo durante o ano". 

Não é só a bitcoin que tem beneficiado de um "rally" robusto. A Ethereum, a segunda criptomoeda mais valiosa do mercado, já valorizou 324% desde os mínimos de março e acumula um ganho de 199% em 2020. 
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