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BCP sobe 9% com fusão em Angola

O banco negoceia em máximos de Agosto após anunciar a fusão entre o Millennium Angola e o Banco Atlântico. Em oito sessões acumula uma valorização de 53%.

Pedro Elias/Negócios
09 de Outubro de 2015 às 08:59
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Na primeira sessão após ser anunciada a fusão entre o Millennium Angola e o Banco Atlântico, as acções do Banco Comercial Português reagiram em forte alta. Iniciaram a sessão a ganhar 5,33% mas já valorizaram um máximo de 9% para o valor mais elevado desde 27 de Agosto, 6,54 cêntimos.

Os títulos seguem agora a ganhar 6,17% para 6,37 cêntimos, tendo já sido negociados 94,2 milhões. Com a valorização desta sexta-feira, o banco acumula um ganho de 53,27% desde 29 de Setembro.

A subida de hoje é explicada pela fusão entre o Millennium Angola e o Banco Atlântico anunciada ontem, após o fecho do mercado, em comunicado à CMVM.

O BCP, que detém 50,1% do Millennium Angola, e a sociedade angolana Global Pactum, maior accionista do Banco Atlântico (com 72,35%), acordaram fazer a fusão das operações angolanas, criando o terceiro maior banco de Angola em activos e o segundo em crédito, com uma quota de 10%.

O banco liderado por Nuno Amado vai ficar com 20% da nova instituição, cuja criação está ainda "sujeita à aprovação em assembleia-geral do BMA e do Atlântico, bem como das entidades regulamentares".

O objectivo deste acordo é aumentar a capacidade de o BCP gerar valor em Angola, apesar do abrandamento da economia angolana e das limitações decorrentes da legislação europeia. Mas o banco reduz a sua exposição ao mercado angolano, pelo que a operação permite "um impacto positivo estimado de 37 pontos base no rácio de capital ‘common equity tier one’", de acordo com as regras em vigor.

Num breve comentário a esta operação, a equipa de research do BiG destaca dois pontos positivos – o impacto nos rácios de capital e a maximização de criação de valor nas operações angolanas -, mas sublinha que "os termos do negócio foram moderadamente desfavoráveis para o BCP, na medida em que os indicadores de rentabilidade do BMA (ROE de 2013 situou-se em 14,5%) apresentam-se marginalmente superiores aos observados no Atlântico (ROE de 2013 fixou-se em 13,3%)".

"Acreditamos que o impacto desta operação é residual, ainda para mais face à dimensão globalmente diminuta da actividade angolana no balanço do BCP (2,5% dos activos), não se perspectivando um efeito material na evolução do título em função destas notícias", conclui a equipa do BiG.  

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