Notícia
Banco de Inglaterra anuncia compra de dívida para "estabilizar o mercado"
O Banco de Inglaterra anunciou esta quarta-feira uma operação para compra de dívida com maiores maturidades. A autoridade monetária revela ainda que "as operações serão realizadas em qualquer escala que seja necessária".
"As compras vão ser temporalmente limitadas" e pretendem "enfrentar um problema muito específico no mercado da dívida a longo-prazo", explicam em comunicado.
O Banco central revela que "se o mau funcionamento neste mercado continuasse ou piorasse, poderia existir um risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido", o que levaria "a um injustificado aperto das condições financeiras e uma redução do fluxo de crédito para a economia real".
A autoridade monetária inglesa adianta ainda que a operação vai ser "totalmente indemnizada" pelo Tesouro.
Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a agência de ratings Moody criticaram a nova estratégia económica do Reino Unido, numa altura em que os investidores se preparam para mais um dia de agitação nos mercados.
A rara intervenção do FMI coloca nova pressão no ministro da Economia britânico, Kwasi Kwarteng, para reavaliar as medidas económicas que levaram a um colapso da libra e a uma escalada dos juros da dívida negociados a dez anos.
O FMI, através de um porta-voz, revelou que as medidas iriam provavelmente gerar maior desigualdade.
"Dada a elevada pressão da taxa de inflação em vários países, incluindo o Reino Unido, não recomendamos a aplicação de grandes pacotes fiscais nesta altura, até porque é importante que a política fiscal não tenha propostas similares à política monetária", indicam.
O Fundo Monetário Internacional acrescenta ainda que um orçamento, apresentado pelo ministro da Economia a 23 de novembro pode ser uma "oportunidade para o governo do Reino Unido considerar formas de providenciar apoio que seja mais específico e reavaliar as propostas de corte de impostos, que beneficiam especialmente pessoas de elevados rendimentos".
Já a Moodys revela em comunicado que "um choque de confiança do mercado sobre a credibilidade da estratégia fiscal do governo que resulta em custos estruturalmente mais elevados pode enfraquecer de forma permanente a viabilidade de empréstimo do Reino Unido.