Notícia
Banco Central da Rússia corta taxas de juro em 300 pontos base para 11%
Além dos cortes nas taxas de juro, o banco central considera que há espaço para um alívio nos mecanismos de controlo de capital, que ajudou a levar o rublo a máximos de 2018 contra o dólar e de 2015 contra o euro.
O Banco Central da Rússia decidiu, em linha com o esperado pelos especialistas, cortar as taxas de juro diretoras, em 300 pontos base, para fazer frente ao "rally" do rublo, após a reunião de emergência que decorreu esta quinta-feira.
"O Conselho do Banco da Rússia decidiu reduzir as taxas de juro em 300 pontos base para 11%, a partir de 27 de maio de 2022", pode ler-se no comunicado publicado na página da autoridade monetária russa.
"Os fundos continuam a fluir para depósitos em rublos com prazo fixo, enquanto a atividade de concessão de empréstimos permanece fraca, o que limita os riscos inflacionistas, tornando necessário aliviar as condições monetárias", justifica o banco central.
Na nota, o banco abre ainda a porta para mais cortes nas próximas reuniões, dependendo das "dinâmicas real e esperada da inflação, bem como os riscos colocados pelas condições internas e externas e a reação dos mercados financeiros". Além desta redução, em abril a autoridade monetária já tinha realizado dois cortes nas taxas de juro.
A autoridade monetária mantém a projeção de que a inflação irá desacelerar para um intervalo entre 5% e 7% em 2023 e ainda mais (até 4%) em 2024. Em abril, a inflação atingiu os 17,8%, renovando máximos de 20 anos.
Além dos cortes nas taxas de juro, o banco central considera que há espaço para um alívio nos mecanismos de controlo de capital, que levaram o rublo a máximos de 2018 contra o dólar e de 2015 contra o euro. Após o anúncio, a divisa negoceia esta quinta-feira na linha de água, registando uma queda ligeira 0,04% conta o dólar, valendo cada nota verde 60,32 rublos.
"As condições externas ainda são desafiantes, restringindo consideravelmente a atividade económica. No entanto, os riscos relativos à estabilidade financeira diminuíram ligeiramente, permitindo o alívio de algumas medidas de controlo de capital", escreve o supervisor liderado por Elvira Nabiullina.