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Auditor da Yupido condenado a coima de 50 mil euros pela CMVM

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou esta quarta-feira uma coima (parcialmente suspensa) à sociedade de revisores oficiais de contas J. Rito & Associada. 

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Há novos avanços no polémico caso da Yupido. Surpreendeu o país em 2017, quando se soube que estava avaliada em quase 29 mil milhões de euros, num caso que levou o supervisor e a justiça a abrirem inquéritos. Agora, o auditor que certificou as contas foi multado em 50 mil euros.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) anunciou esta quarta-feira uma coima (parcialmente suspensa) à sociedade de revisores oficiais de contas J. Rito & Associada. 

"No âmbito dos deveres de prevenção de branqueamento de capitais e de combate ao
financiamento do terrorismo, a arguida não exigiu, nem verificou a identidade dos representantes da entidade auditada", concluiu o supervisor liderado por Gabriel Bernardino, apontando uma violação ao dever de diligência.

Já no âmbito da auditoria sobre as demonstrações em 2015 e 2015, não foram documentadas informações suficientes para "permitir a um revisor/auditor experiente, sem conhecimento prévio da entidade auditada e do trabalho desenvolvido, relativamente às demonstrações financeiras" da Yupido.

A empresa foi constituída em 2015 com um capital social de 243 milhões de euros, que foi aumentado para 28,7 mil milhões no ano seguinte. O valor equivale a 14,5% do PIB nacional. Quando saltou para a ribalta, em 2017, os responsáveis da empresa justificaram o valor da avaliação atribuída por um revisor oficial de contas com o desenvolvimento em curso de uma "plataforma digital inovadora de armazenamento, proteção, distribuição e divulgação de todo o tipo de conteúdo media". O que, até agora, não aconteceu.

 

A atividade da Yupido permaneceu uma incógnita. A empresa está registada nas Finanças com uma classificação que lhe permite exercer "outras atividades de consultoria para os negócios e a gestão", o que inclui, entre outras, atividades de orientação e assistência operacional a empresas em matérias como planeamento, gestão financeira, marketing e recursos humanos.

 

A empresa mantém a sua sede nas Torres de Lisboa e, de acordo com as informações que constam no seu site, é liderada por Hugo Oliveira Martins, que ocupa o cargo de presidente executivo. A chefe de operações é a fundadora Cláudia Alves e o responsável pelo marketing é o também fundador Torcato Jorge, que em 2017 afirmou ao Jornal Económico que a empresa ia lançar um serviço em 2018, que contava contratar 206 pessoas e que estava a preparar o registo de 42 patentes.

 

As suspeitas levantadas sobre as atividades da Yupido levaram o Ministério Público a abrir um inquérito em 2017, que acabou por ser arquivado em agosto do ano passado, sem a constituição de arguidos, por não haver indícios sobre a prática de crimes. Em 2018, a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas suspendeu por dois anos o revisor que avaliou os ativos da Yupido.

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