Notícia
Alto quadro de Wall Street reuniu-se na China com vice-primeiro-ministro
A visita de John Thornton, atual diretor executivo da Barrick Gold e ex-presidente da Goldman Sachs - é inédita, no quadro das restrições impostas às entradas no país, devido à pandemia da covid-19.
27 de Setembro de 2021 às 09:06
John Thornton, um alto quadro de Wall Street, esteve seis semanas na China, onde se reuniu com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng, no final de agosto, avançou hoje o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O alegado acesso permitido pelas autoridades chinesas a Thornton - atual diretor executivo da mineradora de ouro Barrick Gold e ex-presidente do banco de investimentos Goldman Sachs - é inédito, no quadro das restrições impostas às entradas no país, devido à pandemia da covid-19.
Os poucos dignitários estrangeiros que visitaram a China desde o início da pandemia foram recebidos em outras cidades da China que não Pequim.
A relação entre a China e os Estados Unidos deteriorou-se rapidamente nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo, incluindo no comércio e tecnologia ou sobre os Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e a soberania do Mar do Sul da China.
Em Pequim e em Washington, referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns.
A visita de Thornton não foi anunciada pelas autoridades chinesas ou pela imprensa oficial, mas ocorre num período de debate sobre o impacto da campanha regulatória lançada pelo Governo chinês contra várias indústrias.
Investidores como George Soros passaram a excluir a China como um destino para investimentos, apontando que o país está a retroceder nas reformas económicas adotadas no final dos anos 1980.
A fonte anónima citada pelo SCMP comparou a visita à viagem secreta, em 1971, de Henry Kissinger, então assessor para a Segurança Nacional do presidente norte-americano Richard Nixon, que lançou as bases para o estabelecimento de relações bilaterais entre os dois países.
Thornton, que é copresidente do Conselho para os Assuntos Financeiros EUA - China, passou três semanas em Xangai, a "capital" económica da China, antes de ir para Pequim, onde se encontrou com Han, um dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China, a cúpula do poder na China.
Han disse a Thornton que a China quer "retomar a cooperação" entre as duas potências, desde que Washington trate Pequim "como igual".
O vice-primeiro-ministro garantiu que não vai ser possível melhorar as relações, se o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continuar a política do antecessor, Donald Trump, contra a China, mesmo que tente, em simultâneo, cooperar em áreas como a luta contra as alterações climáticas.
Thornton também se encontrou, em Pequim, com o emissário do Governo chinês para as questões ambientais, Xie Zhenhua, dias antes de uma visita à China do homólogo norte-americano, John Kerry.
Segundo a mesma fonte, durante o encontro com Han, Thornton afirmou que Kerry - que voltará a visitar o país asiático nas próximas semanas - não é apenas o homem de referência dos Estados Unidos para a cooperação climática, mas para a relação entre Washington e Pequim.
Segundo o SCMP, Thornton terá também visitado a região de Xinjiang, no noroeste da China, onde, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, a China mantém detidos cerca de um milhão de membros de minorias muçulmanas em campos de doutrinação.
O alegado acesso permitido pelas autoridades chinesas a Thornton - atual diretor executivo da mineradora de ouro Barrick Gold e ex-presidente do banco de investimentos Goldman Sachs - é inédito, no quadro das restrições impostas às entradas no país, devido à pandemia da covid-19.
A relação entre a China e os Estados Unidos deteriorou-se rapidamente nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo, incluindo no comércio e tecnologia ou sobre os Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e a soberania do Mar do Sul da China.
Em Pequim e em Washington, referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns.
A visita de Thornton não foi anunciada pelas autoridades chinesas ou pela imprensa oficial, mas ocorre num período de debate sobre o impacto da campanha regulatória lançada pelo Governo chinês contra várias indústrias.
Investidores como George Soros passaram a excluir a China como um destino para investimentos, apontando que o país está a retroceder nas reformas económicas adotadas no final dos anos 1980.
A fonte anónima citada pelo SCMP comparou a visita à viagem secreta, em 1971, de Henry Kissinger, então assessor para a Segurança Nacional do presidente norte-americano Richard Nixon, que lançou as bases para o estabelecimento de relações bilaterais entre os dois países.
Thornton, que é copresidente do Conselho para os Assuntos Financeiros EUA - China, passou três semanas em Xangai, a "capital" económica da China, antes de ir para Pequim, onde se encontrou com Han, um dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China, a cúpula do poder na China.
Han disse a Thornton que a China quer "retomar a cooperação" entre as duas potências, desde que Washington trate Pequim "como igual".
O vice-primeiro-ministro garantiu que não vai ser possível melhorar as relações, se o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, continuar a política do antecessor, Donald Trump, contra a China, mesmo que tente, em simultâneo, cooperar em áreas como a luta contra as alterações climáticas.
Thornton também se encontrou, em Pequim, com o emissário do Governo chinês para as questões ambientais, Xie Zhenhua, dias antes de uma visita à China do homólogo norte-americano, John Kerry.
Segundo a mesma fonte, durante o encontro com Han, Thornton afirmou que Kerry - que voltará a visitar o país asiático nas próximas semanas - não é apenas o homem de referência dos Estados Unidos para a cooperação climática, mas para a relação entre Washington e Pequim.
Segundo o SCMP, Thornton terá também visitado a região de Xinjiang, no noroeste da China, onde, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, a China mantém detidos cerca de um milhão de membros de minorias muçulmanas em campos de doutrinação.