Numa semana com duas partes distintas, as bolsas mundiais conseguiram mais um desempenho positivo. Nas praças europeias foi a segunda semana seguida de ganhos, com a maioria dos índices a avançar mais de 1%. A expectativa de estímulos nos Estados Unidos e avanços positivos nas vacinas impulsionaram os índices nos primeiros dias, com a tendência positiva a ser travada depois pelo aumento de casos de covid-19 na Europa. Madrid liderou os ganhos, mostrando que a evolução das bolsas continua desligada de onde a evolução da pandemia está a ser mais grave.

Com três sessões em alta e duas em queda, o PSI-20 subiu perto de 2% na semana, conseguindo o melhor desempenho em nove semanas (desde meados de julho). O índice português marcou a segunda semana seguida de ganhos e a sexta no espaço de sete semanas.

As ações dos CTT foram a estrela da semana na praça portuguesa, conseguindo mesmo a subida mais acentuada desde que a empresa está cotada em bolsa (2013). Os títulos dos correios dispararam mais de 14% à boleia de um contrato com a Segurança Social e estão agora a negociar em máximos de fevereiro. Na semana anterior a cotada tinha anunciado que fechou o segundo trimestre com prejuízos.

Os CTT não foram a única cotada europeia em alta na semana. A britânica Royal Mail conseguiu o terceiro melhor desempenho do Stoxx600 com uma valorização superior a 15%. As duas maiores subidas foram protagonizadas por duas empresas de telecomunicações envolvidas num negócio, com a Liberty Global a comprar a Sunrise, que tinha nos alemães da Freenet um dos seus acionistas.

Numa semana em que o S&P500 transacionou muito perto de máximos históricos, foram as empresas ligadas ao fustigado setor do turismo a liderar os ganhos, numa altura em que os números de covid-19 nos EUA começam a abrandar.

A moeda europeia continua a sua trajetória ascendente face ao dólar, estando já a caminho dos 1,20 dólares. Apesar de ter subido menos de 0,5%, o euro marcou já a oitava semana seguida de ganhos face à divida norte-americana, continuando a beneficiar com as perspetivas económicas mais favoráveis para a região e o impasse que persiste no congresso dos EUA sobre mais estímulos.

Depois dos máximos históricos acima dos 2 mil dólares por onça na semana passada, o ouro corrigiu mais de 4% nas últimas cinco sessões, com os investidores a realizarem mais-valias do "rally" de cerca de 30% que a matéria-prima regista este ano. A prata também cedeu terreno e o petróleo voltou a ter uma semana positiva, embora com um ganho apenas ligeiro.

As obrigações soberanas foram penalizadas esta semana pela aposta dos investidores em ativos de maior risco. Os juros dos títulos dos EUA lideraram a subida e a yield das obrigações portuguesas agravou-se face aos mínimos de março da semana anterior.