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75% dos fundos nacionais cai durante a correcção

Apenas um quarto dos fundos de investimento geridos em Portugal conseguiu não perder capital durante o período de queda das bolsas mundiais, entre 19 de Julho e 10 de Agosto. Dos 269 fundos domiciliados em Portugal, 199 perdeu valor.

14 de Agosto de 2007 às 07:00
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Apenas um quarto dos fundos de investimento geridos em Portugal conseguiu não perder capital durante o período de queda das bolsas mundiais, entre 19 de Julho e 10 de Agosto. Dos 269 fundos domiciliados em Portugal, 199 perdeu valor.

Os números da Bloomberg revelam ainda que dois ficaram inalterados e 68 conseguiram valorizar. Deste leque reduzido que conseguiu subir, o destaque recaiu sobre os fundos que gerem obrigações ou que investem em tesouraria, activos que valorizaram bastante com a troca de capital de acções para bens com menos risco.

A maior queda registada no período de correcção, que durou quase um mês e que ontem teve um interregno (ver páginas 4 a 7), foi sentida no fundo BPI Tecnologias, que perdeu 9,36%. Desde o início do ano, este fundo que foca os seus investimentos no sector tecnológico, por norma com acções muito voláteis, está com uma performance negativa de 0,82%.

Na lista dos "piores" fundos no período entre 19 de Julho e 10 de Agosto, o segundo lugar é ocupado pelo BPI América, que perdeu 8,31%. Focado nas bolsas norte-americanas, as mais prejudicadas com a crise no mercado hipotecário de alto-risco ("subprime"), este fundo de investimento já caiu 2,93% desde o início do ano. O terceiro lugar do pódio é ocupado pelo Santander Euro-Futuro Cíclico, um que investe em acções da União Europeia, Suíça e Noruega. Em três semanas, o valor da sua unidade de participação (UP) recuou 8,04%. No entanto, em 2007, este fundo regista ganhos de 8,53%, bem acima da prestação conseguida pelas principais bolsas europeias com as quais compara. No final da semana, passada, muitos dos mercados europeus apresentavam prestações negativas ou a rondar os 0%.

No total da lista, os fundos de acções foram claramente os mais penalizados. A razão prende-se com a fuga de capitais dos mercados accionistas, mais voláteis e mais arriscados que os de obrigações ou de matérias-primas, por exemplo. Com a perspectiva de um abrandamento económico, as acções são sempre as mais penalizadas.

Assim, com a fuga das bolsas para os mercados de obrigações, os fundos que mais beneficiaram com esta correcção foram os de menor risco: obrigações ou tesouraria (estes quase garantem o capital).

Renováveis salvam capital

Mas o fundo que mais valorizou entre 19 de Julho e 10 de Agosto foi o Caixagest Energias Renováveis, um fundo especial de investimento (FEI) que aplica o capital em fundos de acções ou em projectos ligados às energias renováveis. No período da correcção, este FEI ganhou 1,46% e já está a subir 17,7% desde o início do ano.

Os que se seguem na lista são os que investem em taxa fixa, segundo dados fornecidos pela agência Bloomberg. O BPN Taxa Fixa Euro valorizou 1,25% e o BPI Euro Taxa Fixa cresceu 1,23%. No entanto, estes fundos que investem em activos ligados à evolução do euro e das taxas de juro, estão com uma prestação muito pobre desde o início do ano. O primeiro apenas ganhou 1,01% em 2007 e o segundo está mesmo a desvalorizar, recuando 0,58%.

No entanto, a maioria dos fundos que registaram ganhos enquanto as acções caíam era os de taxa fixa, dado o aumento da procura destes activos como refúgio aos investimentos.

Estas prestações demonstram que uma carteira diversificada nos tipos de activos onde se investe minimiza as perdas em alturas de quedas acentuadas, mesmo que os activos menos arriscados não tenham uma prestação muito atractiva em épocas de mercados em alta.

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