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5 coisas que precisa de saber para começar o dia
O rescaldo das reuniões do G20, o Eurogrupo e, por cá, a remodelação do Governo. Os temas que vão estar no centro das atenções esta segunda-feira, 10 de Julho.
O fim-de-semana ainda não tinha terminado, e o caso Tancos ainda estava no auge da polémica, quando o Governo anunciou a exoneração de três secretários de Estado. O da indústria, João Vasconcelos, o da internacionalização, João Costa Oliveira, e o dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade. O primeiro-ministro já aceitou a demissão destes responsáveis, por causa das viagens ao Euro a convite da Galp. Um ano depois demitem-se, antecipando a possibilidade de poderem ser constituídos arguidos pelo Ministério Público que investiga essas viagens. Antecipam-se pedindo, eles próprios, a constituição de arguidos. Agora, António Costa terá de remodelar estes três ministérios, mas noticia-se já que vai aproveitar para mexer em mais alguns. Desta vez, não deverá tocar em ministros. O que acontece na semana em que acontecerá, no Parlamento, o debate do Estado da Nação.
Pharol e Oi a olhar para a Holanda
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal da Holanda indeferiu os recursos da Oi e PTIF para não avançar com o pedido de insolvência solicitado no tribunal de primeira instância. Com isso, as duas empresas de direito holandês vão mesmo entrar em insolvência, pelo que deverá ser nomeado um administrador judicial, tal como requerido por alguns grandes credores. Agora, falta saber como se compatibiliza a acção do administrador judicial, que pretenderá vender os activos das entidades insolventes para pagar aos credores, com o processo de recuperação que decorre no Brasil. Ao Negócios, Ricardo Candeias, sócio da sociedade de advogados que defende os obrigacionistas portugueses, vai recomendando que, assim que seja possível, estes obrigacionistas devem também reclamar os créditos na Holanda.
Eurogrupo debate banca e Irlanda
Os ministros das Finanças da Zona Euro encontram-se esta segunda-feira, 10 de Julho, com a banca na mesa das conversações do Eurogrupo. Os mecanismos para resolver o problema do crédito malparado da banca europeia será um dos tópicos, mas na agenda consta, ainda, um ponto de situação da banca europeia, numa altura em que Itália foi autorizada a injectar dinheiro no Monte dei Paschi e que foi chamada a intervir no Veneto e no Popolare di Vicenza. Participarão na reunião do Eurogrupo Benoît Coeuré, administrador do BCE, e Danièle Nouy, presidente do Conselho de Supervisão do Mecanismo Único de Supervisão.
Na reunião dos ministros das Finanças estará também na agenda o pós-programa da Irlanda, a sétima análise depois de concluído o período de resgate, que decorreu entre 16 e 19 de Maio, segundo a agenda do Eurogrupo.
Desembolso à Grécia
Ainda na Europa, esta segunda-feira chega dinheiro fresco à Grécia. O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) já aprovou o desbloqueio da terceira tranche prevista no memorando helénico no valor de 8,5 mil milhões de euros. Segunda-feira chega o cheque com 7,7 mil milhões de euros, sendo 6,9 mil milhões para pagar o serviço da dívida grega e 800 milhões para saldar pagamentos a fornecedores. Na nota publicada no site do MEE, a instituição presidida pelo alemão Klaus Regling nota que depois de concretizado este desembolso a Grécia terá recebido um total de 39,4 mil milhões de euros no âmbito de um resgate que poderá ascender até 86 mil milhões de euros em três anos. Persiste o impasse que se prende com a participação do FMI neste novo resgate.
G20 e a unidade de ciber-segurança de Trump e Putin
As bolsas internacionais, nomeadamente a norte-americana, absorverão o que se passou durante o fim-de-semana na cimeira do G20. Angela Merkel, segundo alguns analistas, mostrou firmeza na Europa, deixando os mercados a pensar nas eleições de Setembro, nas quais a chanceler poderá renovar o mandato. Mas no "day after" do G20 ficou principalmente o encontro Trump-Putin que já resultou numa declaração, no Twitter, por parte do presidente norte-americano de que tinha discutido com o presidente russo a formação de uma unidade de ciber-segurança, o que já motivou polémica internamente nos Estados Unidos por parte do seu próprio partido. Pelo menos três senadores republicanos – Lindsey Graham da Carolina do Sul, John McCain do Arizona e Marco Rubio da Florida – fizeram-se ouvir a dizer que Moscovo não poderia ser de confiança por alegadamente ter interferido nas eleições de 2016. Este domingo, o New York Times noticiou que o filho do presidente – Donald Trump Jr. – aceitou encontrar-se com um advogado ligado ao Kremlin durante a campanha presidencial, depois de lhe ter sido prometida informação sobre Hillary Clinton.