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5 coisas que precisa de saber para começar o dia
Itália deverá ditar o passo dos mercados bolsistas, quer pelo resultado do referendo e as suas consequências políticas, quer pela situação da banca. A dívida grega volta a estar na agenda política e o petróleo continua nos radares, depois do acordo da OPEP.
O "não" venceu o referendo de Itália. Matteo Renzi anunciou a sua demissão. Esta segunda-feira, os mercados vão reagir aos desenvolvimentos em Itália. Os receios em torno de eleições antecipadas, numa altura em que as sondagens mostram que o movimento anti-euro 5 Estrelas está muito próximo do partido PD de Renzi, estão a aumentar. Isto porque um dos cenários que está a ser equacionado pelos analistas é a saída, a prazo, de Itália da Zona Euro. A moeda única reagiu de imediato aos resultados do referendo e à demissão de Renzi, recuando para mínimos de Março de 2015. As bolsas asiáticas e os futuros do S&P500 abriram em queda, ainda que a dimensão seja inferior a 1%.
Banca italiana sob pressão
A banca italiana está a braços com uma situação sensível, algo que o resultado do referendo não deverá ajudar. Na semana passada foi noticiado que o Governo italiano estaria a negociar com Bruxelas um resgate ao banco Monte dei Paschi, o único que chumbou nos testes de stress do Verão. O banco terá de fazer um aumento de capital no valor de cinco mil milhões de euros. Uma operação que deverá ficar mais difícil com o resultado do referendo, já que se gerou uma grande incerteza. O que dificultará o acesso ao mercado de financiamento. Já foram convocados os consultores que estavam a gerir a operação para uma reunião matinal. É preciso decidir se se avança com o plano que estava traçado ou se se deixa cair. E no último cenário, o banco precisará de um resgate. Já o Unicredit está a negociar a venda da gestora de activos Pioneer, por três mil milhões, além de estar a preparar um plano de recapitalização do banco no valor global de 13 mil milhões de euros.
O petróleo deverá voltar a negociar com os olhos postos no acordo alcançado entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Na semana passada, o barril do Brent subiu mais de 15%, a beneficiar do acordo de corte de produção. Os analistas prevêem alguma acalmia. Até porque será preciso "ver para crer". Esta foi a ideia deixada pelo ex-ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, que, numa conferência em Washington, disse que "a única ferramenta que [os membros da OPEP] têm é restringir a produção", mas "a parte infeliz é que tendemos a enganar".
Eurogrupo debate alívio da dívida grega
Os ministros das Finanças da Zona Euro vão reunir-se logo pela manhã. Em cima da mesa estão os orçamentos apresentados pelos diferentes países, mas também a discussão em torno do alívio da dívida grega. A Grécia considera que a elevada incerteza política e financeira que se vive na Europa cria o momento para que haja uma solução abrangente para Atenas e se alivie a dívida do país.
Dados económicos na Europa e nos EUA
Esta segunda-feira serão ainda conhecidos os índices de gestores de compras (PMI) dos serviços da Europa e dos EUA. Dados relevantes para antecipar a evolução das economias. Isto numa altura em que se aguardam desenvolvimentos políticos na Europa e em que se prevê que, nos EUA, a Reserva Federal (Fed) volte a subir os juros na reunião deste mês (agendada para 13 e 14 de Dezembro).