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"Zuck Bucks". Meta quer lançar tokens e empréstimos

A Meta quer lançar NFT e outros tokens fungíveis. Em cima da mesa está ainda a possibilidade de entrar no negócio dos empréstimos financeiros.

A empresa liderada por Mark Zuckerberg mudou de nome no final de outubro para refletir a aposta crescente da companhia no metaverso.
Charles Platiau/Reuters
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A Meta retomou os planos para lançar tokens, mas sem tecnologia blockchain, e quer inovar com serviços de empréstimo, avança o Financial Times. A notícia surge pouco tempo depois de o Facebook ter vendido o projeto para a constituição da sua própria moeda virtual a um banco da Califórnia nos EUA, depois de o regulador não ter dado luz verde ao projeto.

 

O braço financeiro do Facebook, Meta Financial Technologies, está a estudar a criação de uma moeda virtual que seria utilizada no metaverso e que os funcionários da empresa apelidam internamente de "Zuck Bucks", de acordo com várias pessoas próximas do assunto, contactadas pelo diário britânico.

 

É pouco provável que os tokens em causa sejam sediados na rede blockchain, segundo as mesmas fontes citadas pelo FT. Em vez disso, a Meta está mais inclinada a introduzir tokens in-app, ou seja, dentro do próprio sistema de redes do grupo, sendo assim o token diretamente controlado pela empresa, assim como já acontece com o jogo Roblox, que contém um ativo virtual, a Robux que não está sediada na "tecnologia mãe" das cripto.

 

De acordo com memorandos da empresa e fontes próximas, a Meta também está ainda a ponderar a criação de "tokens sociais" ou "tokens de reputação", que poderiam ser emitidos como recompensas por contribuições significativas em grupos do Facebook, por exemplo, um passo para que a moderação das redes sociais seja descentralizada. Outro rascunho que está em cima das mesas dos executivos do grupo é fundar o conceito de "moedas sociais" que possam estar associadas a destacados influencers do Instagram.

 

Além de aderir à onda da "tokenização", a empresa-mãe do Facebook está a ainda a estudar a possibilidade oferecer alguns produtos financeiros tradicionais, como "empréstimos com taxas atraentes".

O diário britânico não esclarece se estes são verdadeiros empréstimos, como já acontece na banca e no setor financeiro, ou se se tratam de empréstimos DeFI, serviços que implicam a co-lateralização de um ativo virtual e que necessariamente são operados em tecnologia DeFi (ligada às finanças descentralizadas em rede blockchain). O grupo já está em conversações com potenciais parceiros de empréstimos.

 

Se estes planos ainda não saíram do papel, há um projeto que já parece estar em estágio avançado, o lançamento de NFT (tokens não fungíveis) na rede Instagram e no Facebook. De acordo com um memorando interno enviado na semana passada a vários colaboradores e citado pelo Financial Times, o grupo de Mark Zuckerberg pretende que já seja possível publicar NFT no Facebook em maio.  O grupo recusou-se a comentar.

 

Com este plano de lançamento de moedas virtuais, o Facebook pretende voltar onde já foi feliz, mas com menos custos. Em 2009, o grupo lançou a moeda Facebook Credits que permitia aos utilizadores fazerem compras na aplicação, em jogos como FarmVille. Este instrumento representou na altura 16% da receita arrecada na altura. O projeto foi, entretanto, encerrado em 2013, devido ao alto custo de manutenção.

 

Mais do que um passo no sentido da modernização, estes planos podem mesmo significar a continuidade da vitalidade da empresa que cada vez mais vê a sua principal fonte de receita, a publicidade, que anualmente enche a carteira do grupo de Mark Zurckerberg com 118 mil milhões de dólares pode estar caminho da ruína, depois de o grupo ter anunciado pela primeira vez na sua história a queda do número de utilizadores no quarto trimestre do ano passado.

 

Além disso, no início deste ano, o projeto Diem, que pretendia lançar uma criptomoeda sediada em blockchain com a marca do Facebook foi vendido a um banco californiano, o Silvergate, depois de os reguladores norte-americanos terem recusado dar luz verde ao projeto, por razões ligadas à estabilidade do mercado monetário e em nome da concorrência.

 

A empresa entrou então numa onda de frustração, ao ponto que o departamento financeiro da Meta sofreu o que um ex-colaborador classificou, citado pelo Financial Times, como um êxodo em massa. Além do responsável pelo departamento, David Marcus, vários engenheiros e membros da equipa de "compliance" decidiram mudar de emprego.

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