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Correcção: Taxa do BCE já tem nome. Vai chamar-se Ester

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou, na passada sexta-feira, o nome da taxa interbancária que está a desenvolver. A Ester deve estar em aplicação antes de 2020. Ao mesmo tempo, o instituto responsável pela Euribor deu início à fase de testes da nova taxa que deve estar concluída no terceiro trimestre.

Bruno Colaço
21 de Maio de 2018 às 22:00
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Há vários anos que se tenta reformar a Euribor. Depois do processo que foi "chumbado" pelos bancos no ano passado, nos últimos meses as autoridades europeias voltaram a concentrar-se nesta missão de desenvolver uma taxa interbancária que seja menos propensa a manipulações. A taxa que está a ser desenvolvida pelo Banco Central Europeu (BCE) já foi baptizada. Vai chamar-se Ester.

O Conselho de Governadores do BCE revelou, na sexta-feira passada, que a nova taxa de juro interbancária, que deverá estar disponível no próximo ano, será chamada de Ester ("euro short-term rate"), de acordo com a agência Reuters. Esta nova taxa vai ser desenvolvida e calculada internamente pelo banco central. Será baseada nas transacções realizadas na Zona Euro e que serão reportadas pelos bancos. 

Ao mesmo tempo, o Instituto Europeu dos Mercados Monetários (EMMI, na sigla inglesa) continua a desenvolver uma solução híbrida para substituir a Euribor, com base nas transacções que ocorram no mercado interbancário da Zona Euro e também com base nas estimativas facultadas pelos bancos. Uma solução que surge depois de ter sido constatado que uma taxa com base em transacções reais não seria "viável".

O EMMI anunciou, a 2 de Maio, que teve início a fase de testes da metodologia híbrida da Euribor. Estes testes serão desenvolvidos ao longo de três meses, terminando a 31 de Julho. Ao longo deste período, serão conduzidas análises mediante vários cenários e serão avaliados todos os parâmetros metodológicos.

Depois destes testes, no terceiro trimestre, será conduzida uma nova consulta pública. Prevê-se que esta taxa seja lançada no quarto trimestre de 2019. E antes disso será definido um período de transição.

Os casos de manipulação que foram conhecidos durante a crise financeira deram início aos trabalhos de reforma da Euribor, taxa que serve de referência à grande maioria dos contratos de crédito à habitação celebrados em Portugal. Mas, em Maio do ano passado, os trabalhos sofreram um revés.

O EMMI, que gere e divulga a Euribor, concluiu que naquele momento de mercado não seria "viável alterar a actual metodologia de cálculo da Euribor para um sistema totalmente baseado em transacções, sem que haja sobressaltos". Ficou, assim, cancelada a transição para a Euribor-Plus.

Esta taxa era, na altura, baseada apenas em transacções reais, mas a nova taxa agora em fase de testes resulta de uma metodologia híbrida que também considera as taxas a que os bancos estão dispostos a emprestar entre si. Esta metodologia será composta por um esquema em três níveis que têm em conta as exigências regulatórias.

O principal objectivo destas novas taxas é que seja dada mais informação, e mais transparente, sobre o real funcionamento do mercado. Isto depois de a confiança do mercado ter sido abalada pelos vários casos de manipulação que foram tornados públicos.

As distorções destas taxas podem ter impacto nos preços dos activos e, deste modo, travar a transmissão da política monetária do BCE para a economia real. "Esta taxa [Ester], que será produzida antes de 2020, vai complementar as taxas actuais e servir como um reforço destas taxas", disse o BCE, na sexta-feira, citado pela Reuters.

(Corrige a notícia para esclarecer que a Ester é uma taxa interbancária que está a ser desenvolvida pelo BCE e que não é a mesma taxa que o EMMI está a testar para substituir a Euribor.)

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