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Exposição da banca europeia ao imobiliário comercial "é limitada", mas BCE está atento

A exposição de entidades não bancárias a este segmento do imobiliário é muito maior que a dos bancos, de acordo com o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, que assegura que o banco central está a "analisar atentamente" a situação.

Christopher Neundorf / Lusa-EPA

O setor do imobiliário comercial tem vindo a atravessar uma crise devido à subida dos juros diretores e ao facto de se trabalhar mais de casa. Essa crise já se faz sentir nos EUA e na Europa. O Banco Central Europeu (BCE) assegura que a exposição da banca na Zona Euro a este segmento do imobiliário "é limitada", mas garante que vai monitorizar a situação de perto.

"A exposição dos bancos europeus a imóveis comerciais é limitada, já que corresponde a cerca de 5% do total dos ativos", indicou Luis de Guindos, vice-presidente do BCE.

No entanto, o número dois do banco central recordou que "o problema não é a média, mas a disparidade em relação à média – algo que é frequente em economia – e neste caso há alguns bancos que têm uma maior proporção e uma maior concentração" de imóveis comerciais. "E isto é algo que estamos a monitorizar muito de perto", acrescentou.

Mais do que a banca, de Guindos recorda que as entidades não bancárias são aquelas que têm maior exposição ao imobiliário comercial. No entanto "é algo que analisamos atentamente", assegurou o vice-presidente do BCE.

Esta não é a primeira vez que o banco central se pronuncia sobre este assunto. O BCE está a sinalizar às instituições de concessão de crédito que lhes poderão ser exigidos requisitos de capital mais elevados se não revelarem uma suficiente capacidade de gestão dos riscos com que se confrontam no imobiliário comercial, conforme avançou a Bloomberg em fevereiro.

O regulador europeu tem estado a colocar grande ênfase no assunto num diálogo com os bancos que antecede os seus testes de stress anuais, referiram as mesmas fontes.

Os apuros do imobiliário comercial nos Estados Unidos já atingiram bancos em Nova Iorque, como o New York Community Bancorp – NYCB –, que nas suas contas aludiu às perdas relacionadas com os imóveis comerciais da zona de Manhattan. Esta semana, o banco regional anunciou mesmo que vai avançar com um aumento de capital de mil milhões de dólares.

Em fevereiro estes sinais de alarme chegaram à Europa, quando o Deutsche Pfandbriefbank AG (PBB), que investiu fortemente em empréstimos para imobiliário comercial, acabou por ter de constituir provisões a contar com esse risco.


(Notícia atualizada às 15:25 horas).

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