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DBRS: Lucros dos bancos europeus devem abrandar no próximo ano, mas continuarão sólidos

A DBRS antecipa a continuação de resultados sólidos em 2024 na Europa, mas inferiores aos deste ano, "devido à pressão sobre as margens e ao crescimento lento do crédito". O "stress" sobre as famílias deve continuar em países onde os empréstimos com taxa variável são comuns, como Portugal.

Em Portugal, os cinco maiores bancos ganharam 3,3 mil milhões de euros em margem financeira.
João Cortesão
27 de Novembro de 2023 às 11:08
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Depois de um ano que está a ser marcado por fortes resultados da banca europeia, sobretudo à boleia da subida dos juros diretores na Zona Euro, a DBRS antecipa a continuação de resultados sólidos em 2024, mas inferiores aos deste ano, "devido à pressão sobre as margens e ao crescimento lento do crédito".

"Esperamos que, em 2024, os lucros dos bancos permaneçam robustos, no entanto em níveis mais baixos do que em 2023, devido à pressão sobre as margens, ao lento crescimento do crédito e às despesas e custos relacionados com empréstimos mais elevados", pode ler-se na nota de "research" a que o Negócios teve acesso.

As elevadas taxas de juro devem "continuar a suportar os lucros dos bancos em 2024, sobretudo nos países onde os empréstimos estão a ser reavaliados".

Porém, "dada a recuperação gradual dos juros dos depósitos, há mais bancos a indicarem que atingiram o pico para as margens". Além disso, "o crescimento dos empréstimos na Europa abrandou singnificativamente".

A agência de notação financeira antecipa ainda "uma deterioração gradual da qualidade dos ativos, num contexto de taxas de juros mais altas e de fraqueza na maior parte das economias europeias".

Para a DBRS, o enfraquecimento da economia deverá ter como resultado "um aumento nos custos do crédito e perdas mais elevadas nos empréstimos", numa altura em que "a inflação salarial continua a fazer subir as despesas".

A subida das taxas de juro deverá tornar-se sobretudo "mais visível nas carteiras de empréstimos das empresas", já que, para a agência de "rating", as companhias terão dificuldades em repercutir o aumento dos custos nos preços dos clientes, devido a um potencial recuo da procura.

Já o no caso do crédito concedido aos particulares, também poderá haver situações de "stress" nas famílias, "em países onde o crédito à habitação com taxa variável é comum", salienta a DBRS, dando como exemplos Portugal e Grécia.

A agência de "rating" nota ainda que as melhorias registadas na rendibilidade das instituições financeiras já levaram vários governos a tomar medidas, de forma a tributar os resultados, e menciona os casos de "Espanha, Itália, Grécia e, mais recentemente, Portugal e os Países Baixos".

As margens dos bancos deverão ainda ser pressionadas, na ótica da DBRS, pela decisão do BCE, de reduzir para zero a remuneração paga pelas reservas mínimas obrigatórias das instituições financeiras detidas junto dos bancos centrais.

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