Notícia
Libra abaixo de 1,40 dólares pela primeira vez desde 2009
A divisa britânica segue a acentuar a tendência negativa, a negociar em mínimos de 2009, perante a possibilidade de um "Brexit". O Banco de Inglaterra admitiu que este cenário está a pesar na moeda.
À semelhança do que tem acontecido ao longo da semana, a libra continua a ser penalizada pelos receios de um "Brexit". A moeda britânica segue a negociar abaixo de 1,40 dólares, o valor mais baixo em quase sete anos, depois de o Banco de Inglaterra ter reconhecido que a incerteza em relação ao futuro do país na União Europeia está a pressionar a divisa.
A libra recua 0,2% para 1,3994 dólares, depois de ter chegado a tocar em 1,3986 dolares, mínimos de Março de 2009. Apenas nas duas primeiras sessões da semana, a moeda caiu 2,7%, a maior descida desde Fevereiro de 2009, num momento em que os investidores estão manifestar o seu nervosismo em relação a uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia.
A possibilidade de um "Brexit" está a motivar várias reacções a favor e contra este cenário. Se, de um lado, a comunidade financeira alerta para os riscos e as implicações que isto teria no centro financeiro londrino, personalidades como o "Mayor" de Londres, Boris Johnson, apelou ao voto pelo "sim" no referendo de Junho.
Plano de contingência
Já o Banco de Inglaterra está a preparar um plano de contingência para caso os britânicos votem a favor de o Reino Unido abandonar a União Europeia. No Comité do Tesouro, Mark Carney, governador do banco central, citado pelo jornal The Telegraph, disse que não fazia julgamentos sobre o desfecho do referendo mas notou que as movimentações cambiais ocorreram após ter sido formalmente estabelecida a data para que os britânicos tomem uma decisão.
"Estamos a tratar esta votação exactamente da mesma forma que tratamos qualquer outro evento político" assinalou. "Noto, ainda assim, que têm existido movimentos na libra esterlina desde que se tornou claro o momento do referendo".
"O ‘Brexit’ está seguramente a pesar na libra", afirmou Daniel Brehon, estratego cambial do Deutsche Bank, à Bloomberg. "Mas, as preocupações estruturais como o défice da balança comercial já eram um problema de antemão", concluiu.
Várias instituições do sector financeiro também reconheceram publicamente que estão a preparar planos de contingência caso um "Brexit" se confirme e algumas entidades admitem mesmo transferir a actividade para outros locais, como Paris.