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Libra afunda com receio que May anuncie Brexit "duro"

A moeda de Sua Majestade renovou mínimos de Outubro passado, mês em que chegou a cair para o valor mais baixo em cerca de 30 anos. A divisa reflecte notícias na imprensa britânica que dão conta de um esticar de corda com a União Europeia.

Bloomberg
15 de Janeiro de 2017 às 22:00
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A libra já esteve este domingo a perder mais de 1,5% em relação ao dólar, caindo para um valor abaixo dos 1,2 dólares, depois de notícias na imprensa britânica que asseguram que o Governo vai anunciar, esta terça-feira, a opção do Reino Unido por uma desvinculação "dura" da União Europeia, no pós-referendo do Brexit. 

Os 1,1986 dólares por cada libra esterlina registados hoje (depois de uma queda de 1,61%) são o valor mais reduzido desde Outubro, quando a moeda chegou a estar em mínimos de 1985, mais de 30 anos, também perante especulação sobre se as declarações de então de Theresa May, a primeira-ministra do Reino Unido, traduziriam uma saída em ruptura da UE.

As quedas deste domingo foram entretanto aliviadas e a moeda britânica cai 0,96% para 1,2065 dólares.

A imprensa britânica, nomeadamente o Sunday Times, revelou este fim-de-semana que Theresa May, a primeira-ministra do Reino Unido, vai sinalizar na terça-feira a opção por uma saída da União Europeia que passa pelo fim do acesso ao mercado único europeu, por abandonar a união aduaneira nas áreas de controlo da imigração e deixar de estar sob a jurisdição do Tribunal Europeu de Justiça.

Apesar de o número 10 de Downing Street não ter querido comentar a notícia nem o jornal ter identificado as fontes da informação, responsáveis do governo disseram à Bloomberg que esperam que o discurso de May esta semana cause uma ainda maior "correcção no mercado."

"A possibilidade de um novo discurso de May aumenta a probabilidade de vermos novamente a libra numa espécie de montanha-russa. Novos mínimos em relação ao dólar parecem quase inevitáveis," disse Jeremy Stretch, do Canadian Imperial Bank of Commerce, num e-mail citado pela Bloomberg. 

A saída da União foi escolhida em 23 de Junho por 52% dos eleitores que votaram no referendo. O processo atravessa actualmente um imbróglio jurídico, depois de o Tribunal Superior ter decidido que cabe ao parlamento a última palavra na decisão de desvinculação. O governo discorda e recorreu para o Supremo Tribunal, sendo esperada uma decisão nos primeiros dias de Janeiro.

O sector financeiro, com fortes ligações à Europa Continental e dos que mais beneficia com a liberdade de circulação de bens e serviços, é um dos que tem procurado fazer mais pressões para que, depois de efectuada a saída, se preservem pontes que permitam a manutenção da relação comercial com os seus clientes do outro lado da Mancha.

(Notícia actualizada às 22:24 com mais informação)
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