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Euro cai para mínimos de Junho de 2010
A moeda única caiu esta sexta-feira para um novo mínimo de Junho de 2010 depois de Mario Draghi ter admitido que o Banco Central Europeu pode não conseguir cumprir o mandato de estabilidade de preços.
O euro perde 0,49% para 1,2045 dólares, tendo já tocado nos 1,2035 dólares, o valor mais baixo desde Junho de 2010.
A queda da moeda única ocorre depois de Mario Draghi ter admitido que existe o risco de deflação na Zona Euro. "Os riscos são limitados mas temos que agir contra esses riscos", afirmou o responsável da instituição monetária num entrevista concedida esta sexta-feira, 2 de Janeiro, ao jornal económico alemão Handelsblatt.
Nesta entrevista, o italiano Mario Draghi admitiu ainda que "o risco de não cumprirmos o nosso mandato de estabilidade de preços é hoje maior do que era há seis". No caso do Banco Central Europeu, cumprir o mandato de estabilidade de preços significa alcançar uma taxa de inflação em torno dos 2%. No entanto, os mais recentes dados divulgados pelo Eurostat mostram que a taxa de inflação na região caiu para os 0,3% no passado mês de Novembro.
A moeda norte-americana reforça assim o ganho registadado em 2014 face euro (+13%). Num mundo a dois ritmos, em que os EUA lideram a recuperação e a Europa ainda luta para dar os primeiros passos rumo à retoma, a política monetária foi determinante para a evolução cambial. Enquanto o Banco Central Europeu colocou a sua taxa directora próxima de zero, em 0,05%, a Reserva Federal dos EUA está a preparar os mercados para a normalização das taxas de juro na maior economia do mundo.
O forte ritmo de crescimento da economia americana, associado à recuperação do mercado de trabalho no país, permitiram à presidente da Fed, Janet Yellen, concluir o programa de compra de activos iniciado no auge da crise financeira e assinalar uma mudança na política monetária dos EUA. Apesar da responsável pela autoridade monetária americana ter garantido que será "paciente" na subida de juros, numa tentativa de tranquilizar os mercados, é uma questão de tempo até o banco central dos EUA começar a subir