Notícia
Bundesbank alerta que BCE deve agir se quiser travar escalada do euro
Desde os mínimos de março, o euro tem conhecido uma subida forte, fator que poderá prejudicar as exportações e as ambições do BCE quanto à inflação. Assim, dada a sua influência sobre a moeda única, Lagarde deve agir.
O Banco Central Europeu (BCE) pode ignorar, para já, as suas responsabilidades quanto à evolução do euro - e a sua escalada recente - mas tem muita influência no desempenho, de acordo com um estudo divulgado hoje pelo Bundesbank, que mostra que apenas uma alteração residual nas taxas de juro poderá ser suficiente para conseguir travar o recente "rally".
Dito isto, o banco central alemão - por norma bastante crítico face a qualquer postura mais flexível do BCE - diz que a instituição europeia tem de assumir uma posição quanto a esta matéria: "os potenciais efeitos na taxa cambial devem ser tidos em conta na altura das comunicações de política monetária" feitas pela instituição liderada por Christine Lagarde.
O estudo divulgado pela Reuters mostra que um corte nas taxas de juro a longo prazo, que leve as taxas da Alemanha a cinco anos caírem 10 pontos base, pode ser suficiente para conduzir a uma desvalorização de cerca de 0,7% do euro frente ao dólar, iene e libra esterlina.
Este ano, o euro acumula uma valorização de mais de 5% face ao dólar, o que, por si só, já é um marco relevante tendo em conta que estamos a falar do mercado cambial, onde as variações são, por norma, menos pronunciadas do que no mercado das ações, por exemplo.
Mas se analisarmos a prestação de ambas as moedas a partir dos mínimos atingidos em março, quando a pandemia se fez sentir pela primeira vez nos mercados financeiros em geral, a moeda única da União Europeia acumula um ganho superior a 10% face à congénere dos Estados Unidos.
Os alarmes sobre a rápida subida do euro têm vindo a soar em Frankfurt, na sede do BCE, há já algumas semanas. Isto porque um euro forte pode prejudicar as exportações da região, tornando-as menos competitivas face a outras geografias.
Além do impacto que poderá ser sentido neste segmento, o BCE sabe que ao deixar seguir esta tendência ascendente no euro, o seu propósito de atingir as metas da inflação - perto, mas ligeiramente abaixo, dos 2%, - complica-se. Principalmente numa altura em que o percurso da inflação tem estado muito aquém da meta definida.
O índice de preços no consumidor caiu 0,2% em agosto, em termos homólogos, e o banco central prevê agora que a inflação ronde os 1% no próximo ano e 1,3% em 2022 - ainda aquém do pretendido.
No início deste mês, Philip Lane, economista-chefe do BCE, disse que a taxa cambial euro-dólar interessava, mas que não se iria definir um patamar máximo para o seu desempenho.
Dito isto, o banco central alemão - por norma bastante crítico face a qualquer postura mais flexível do BCE - diz que a instituição europeia tem de assumir uma posição quanto a esta matéria: "os potenciais efeitos na taxa cambial devem ser tidos em conta na altura das comunicações de política monetária" feitas pela instituição liderada por Christine Lagarde.
Este ano, o euro acumula uma valorização de mais de 5% face ao dólar, o que, por si só, já é um marco relevante tendo em conta que estamos a falar do mercado cambial, onde as variações são, por norma, menos pronunciadas do que no mercado das ações, por exemplo.
Mas se analisarmos a prestação de ambas as moedas a partir dos mínimos atingidos em março, quando a pandemia se fez sentir pela primeira vez nos mercados financeiros em geral, a moeda única da União Europeia acumula um ganho superior a 10% face à congénere dos Estados Unidos.
Os alarmes sobre a rápida subida do euro têm vindo a soar em Frankfurt, na sede do BCE, há já algumas semanas. Isto porque um euro forte pode prejudicar as exportações da região, tornando-as menos competitivas face a outras geografias.
Além do impacto que poderá ser sentido neste segmento, o BCE sabe que ao deixar seguir esta tendência ascendente no euro, o seu propósito de atingir as metas da inflação - perto, mas ligeiramente abaixo, dos 2%, - complica-se. Principalmente numa altura em que o percurso da inflação tem estado muito aquém da meta definida.
O índice de preços no consumidor caiu 0,2% em agosto, em termos homólogos, e o banco central prevê agora que a inflação ronde os 1% no próximo ano e 1,3% em 2022 - ainda aquém do pretendido.
No início deste mês, Philip Lane, economista-chefe do BCE, disse que a taxa cambial euro-dólar interessava, mas que não se iria definir um patamar máximo para o seu desempenho.