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Bitcoin entra hoje no palco principal de Wall Street

Já são transaccionados futuros sobre a criptomoeda, mas só este domingo chegam à maior bolsa de valores do mundo.

Bloomberg 17 de Dezembro de 2017 às 17:18

A maior bolsa de valores do mundo aderiu à revolução da bitcoin.

 

Os futuros sobre a bitcoin começam a transaccionar este domingo, 17 de Dezembro, na CME Group, uma semana depois da rival de Chicago Cboe Gobal Markets ter introduzido derivados semelhantes sobre a volátil criptomoeda.

 

Os futuros da CME podem ter um impacto muito maior porque a empresa é também um player muito maior no mercado de futuros do que a Cboe, comum volume de negociação 55 vezes superior durante os primeiros nove meses deste ano, de acordo com a Associação da Indústria de Futuros. Até agora a Cboe transaccionou mais de 10 mil contratos que representam cerca de 180 milhões de dólares em bitcoins, de acordo com os dados da Bloomberg. Muitos traders não têm acesso a estes contratos, uma vez que vários brokers ainda não os oferecem, afirmou Garret See, CEO da firma de trading de criptomoedas DV Chain.

 

"Os futuros da CME sobre bitcoins podem não ser os primeiros, mas são uma ‘clearinghouse’ muito maior e estamos ansiosos para que os nossos clientes os possam transaccionar este domingo à noite", afirma Brooks Dudley, vice-presidente da ED&F Man Capital Markets. "Nem todos os participantes de mercado tem tido a possibilidade de ‘shortar’ os futuros sobre as bitcoins da Cboe. Temos permitido que os nossos clientes abram posições longas ou curtas para tirar partido dos desequilíbrios entre os futuros e as cotações no mercado à vista".

 


Os futuros da CME representam mais um passo da entrada no mundo financeiro de um activo criado na ressaca da crise financeira de 2008, como uma alternativa às moedas emitidas pelos bancos e governos. Os contratos, emitidos em dólares e transaccionados em bolsas de valores reguladas, podem ser comprados por investidores institucionais, que actualmente estão proibidos de comprar directamente  bitcoins nas bolsas que não são reguladas.  

 

"Uma das principais questões quando chega a altura de os institucionais investirem directamente nos activos digitais, é que os bancos e outras grandes instituições não podem deter no seu balanço instrumentos não regulados. Contratos de futuros é algo que já podem", afirma Gabor Gurbacs, director da VanEck para os activos digitais. Além disso, com os futuros, os investidores "não detêm a bitcoin física, o que resolve os problemas de custódia e riscos de contraparte".

 

Para se proteger contra as variações de preços acentuadas e erróneas, a CME vai suspender as transacções quando as subidas ou descidas atingirem 7 e 13%, sendo que numa só sessão a variação máxima é de 20%. A Cboe também tem limites nas variações, com as transacções a serem suspensas no primeiro dia de negociação dos futuros sobre a bitcoin, que nessa sessão disparam 26%.

 

A negociação de futuros também abre a possibilidade de operações de arbitragem, com os investidores a apostarem na convergência dos preços do derivado e da bitcoin. Na semana passado o futuro da Cboe chegou a cotar 13% acima face à bitcoin, mas rapidamente a diferença estreitou para 1%.

Existem algumas diferenças entre os futuros da Cboe e da CME. Os primeiros representam uma bitcoin por contrato e tem por base o preço que se verifica apenas numa bolsa. Os da CME representam cinco bitcoins e a cotação resulta do preço praticado em quatro bolsas.

 

Algumas corretoras não estão para já a dar acesso aos futuros sobre bitcoins aos seus clientes e vários bancos estão também a mostrar cautela. É o caso do Goldman Sachs, que como colateral exigem 100% do investimento realizado pelos clientes. Esta margem exigida sobrepõe-se às que já pedem as bolsas: 44% na Cboe e 47% na CME.

 

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